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Vários Setores da Indústria Automobilística e de tratores estão aderindo com força ao programa de Biodiesel

Valtra, Volkswagen-Audi, Volkswagen, Peugeot e Citroën são pioneiros no uso de biodiesel em testes realizados no Brasil. Alguns funcionários da Mercedes-Benz negam a realização de testes com biodiesel, embora a Tecbio-Nutec do Ceará afirma estar trabalhando em parceria com essa marca e empregando um novo sistema de injeção fabricado por essa montadora. Segundo Expedito Parente Jr. “os sistemas de injeção são produzidos pela própria Merceds Benz e não mais pela Bosh ou pela Delphi”. Essas duas empresas são atualmente as principais fabricantes e fornecedoras de sistemas de injeção para as montadoras que atuam no Brasil.

Segundo a Radiobras, nesta semana o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, do Rio de Janeiro Fernando Peregrino, participou da assinatura de convênio que prevê a adesão da Volkswagen ao programa RioBiodiesel. Seis meses atrás, a mesma montadora foi convidada a monitorar testes que seriam realizados no interior de São Paulo com 30 caminhões novos que estavam sendo adquiridos da fábrica de Rezende, RJ, e 30 outros caminhões usados da mesma empresa de transportes que tinha colocado parte da sua frota à disposição do programa de testes com biodiesel. A montadora, assim como o fabricante das bombas injetoras manifestaram na época o seu interesse no programa de testes. Porém, a participação deles não se concretizou pois não houve acordo com a associação que congrega as montadoras e que, segundo fontes extra oficiais, pressiona para que a participação seja na forma de um bloco ou caso contrário não se realizem esses de testes. A situação está mudando e cada vez mais os fabricantes estão envolvidos com aquele combustível que parece está chegando para ficar.

A parceria com o RioBiodiesel não é a única participação de fabricantes de veículos nos programas de testes de biodiesel. Desde algum tempo atrás, a própria Volkswagen-Audi vem testando a mistura B20 (20% de biodiesel de soja e cana com 80% de diesel de petróleo) em conjunto com um grupo de pesquisa da UFPR de Curitiba e empregando o biodiesel fabricado e fornecido pela empresa mato-grossense ECOMAT, uma vez que o estado do Paraná até o momento não produz biodiesel. “Os testes vem fornecendo excelentes resultados” afirma o Professor José Carlos Laurindo, Coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico do CERBIO.

Por outro lado a Valtra, segunda maior montadora de tratores agrícolas e que recentemente foi adquirida pelo grupo AGCO, dono das marcas Fiat-Allis e Massey-Fergusson, entre outras, também tem utilizado biodiesel nas mais diversas proporções, variando do B5 até o B100, passando pelas misturas, B15, B20, B30, B40 e B50. Os resultados desses estudos são considerados um sucesso, particularmente com a redução do consumo de combustível quando misturas do B5 até o B50 são utilizadas segundo o Prof. Afonso Lopes da UNESP de Jaboticabal que realiza suas pesquisas integrando o Projeto Biodiesel Brasil e utilizando o biodiesel etílico de vários óleos fornecido pelo LADETEL de Ribeirão Preto.

A participação de duas montadoras francesas através da PSA Peugeot-Citroën ocorre também em conjunto com o LADETEL da USP de Ribeirão Preto testando as misturas B20, B30 e planejando num futuro próximo realizar todos os testes necessários para o uso do “biodiesel de cana” puro (B100). Essas duas montadoras realizam testes em bancadas dinamométricas para determinar desempenho, consumo, rendimento, além das análises de emissão de gases poluentes em motores. Esses estudos são feitos pela PSA Peugeot-Citroën na França e no Brasil pela Escola de Engenharia Mecânica de São Carlos, que também é integrante do Projeto Biodiesel Brasil.

Segundo o coordenador Nacional do Projeto Biodiesel Brasil, Professor Miguel J. Dabdoub um grande fabricante de motores que atua no país e que fornece para várias montadoras está negociando a realização de testes de utilização de biodiesel etílico em conjunto com o LADETEL-USP/RP. Atualmente o LADETEL também fornece biodiesel etílico para duas indústrias de autopeças que realizam estudos sobre o efeito do biodiesel etílico em anéis de borracha, retentores, mangueiras e outros materiais, visando determinar quais os materiais compatíveis com o uso desse biocombustível. O nome desses empresas não foi revelado pois os convênios não foram ainda formalizados.

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