O tradicional grupo Zilor, que conta com três usinas sucroalcooleiras no Estado de São Paulo, encerrou o exercício 2014/15, no dia 31 de março, com prejuízo líquido de R$ 58,2 milhões, ante o lucro líquido de R$ 795 mil registrado em 2013/14.
A perda foi determinada por uma variação cambial sem efeito caixa que teve um impacto negativo de R$ 148 milhões na última linha do balanço. Em geral, os demais resultados da empresa apresentaram melhoras, com a valiosa colaboração dos negócios nas áreas de cogeração de energia elétrica e biotecnologia.
“Mais uma vez a diversificação garantiu bons resultados, mas continuamos trabalhando para valorizar o açúcar e o etanol, cujos preços permaneceram em baixo patamar durante praticamente toda a safra 2014/15”, afirmou ao Valor José Carlos Morelli, diretor administrativo e de relações com acionistas da Zilor.
De acordo com balanço recém-concluído, a empresa obteve um lucro operacional de R$ 130,6 milhões em 2014/15, 25,2% maior que no ciclo anterior. Na mesma comparação, o faturamento cresceu 4,5% e alcançou R$ 1,528 bilhão.
Concentrada na divisão Biorigin, os negócios na área de biotecnologia cresceram 17,2%. As leveduras do grupo proporcionaram um faturamento de R$ 259 milhões em 2014/15. A partir de investimentos de R$ 220 milhões, que estão em curso desde o ano passado, a expectativa é duplicar esse valor nos próximos anos.
A cogeração, presente nas três usinas da empresa, também cumpriu bem seu papel. Conforme Moisés dos Santos Barbosa, responsável pelo centro de soluções compartilhadas da Zilor, nessa área a receita cresceu de R$ 117 milhões, em 2013/14, para R$ 158 milhões em 2014/15.
Responsáveis por pouco mais de 27% das vendas totais da companhia, os negócios com leveduras e energia apresentaram resultados líquidos positivos. E a Biorigin cumpre o papel de oferecer um “hedge natural” ao grupo, já que a maior parte de sua produção é exportada.
As três usinas da Zilor – localizadas nos municípios de Quatá, Lençóis Paulista e Macatuba – moeram 10,1 milhões de toneladas no ciclo passado, e o “mix” foi mais alcooleiro (54%) do que açucareiro (44%).
Com os investimentos em curso, o endividamento em 31 de março atingiu R$ 1,599 bilhão, ante R$ 1,435 bilhão um ano antes, mas esse valor também embute um impacto de R$ 172 milhões de variação cambial, conforme Morelli. Segundo ele, as dívidas de curto prazo representam 49% do total.
(Fonte: Valor Econômico)