Vale vai testar biodiesel em trens da linha Vitória-Minas
A Companhia Vale do Rio Doce, maior consumidora de óleo diesel do País, com mais de 400 milhões de litros a cada ano, vai iniciar ainda este ano testes com biodiesel que deverão prosseguir por seis meses nos trens que operam na Estrada de Ferro Vitória-Minas. A empresa está se antecipando à obrigatoriedade de mistura de 2% de biodiesel no diesel, que passa a valer a partir de 2008. Os testes da companhia vão utilizar uma fatia de 20% do produto, muito maior do que será exigida por lei.
O diretor operacional de logística da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse que ainda não há uma data para começar os testes ou informações sobre os benefícios econômicos da iniciativa. Segundo ele, é certo que haja ganhos ambientais e sociais e, após seis meses de testes, a companhia vai avaliar se a utilização do biodiesel é viável ou não. O objetivo é estar apto e preparado para usar o biodiesel, disse Bartolomeo, acrescentando que, para checar os benefícios econômicos, será preciso saber se haverá incentivos fiscais, por exemplo, para utilizar o combustível. O setor ferroviário consome 970 milhões de litros anuais de diesel no País.
Bartolomeo disse que não é possível adiantar qual será o valor total de investimentos da Vale nos testes do biodiesel, mas os investimentos totais em tecnologia em ferrovias nos próximos três anos serão de US$ 120 milhões. A empresa já obteve resultados positivos com testes de carga em duas locomotivas, usando 20% de biodiesel. Segundo a Vale, para viabilizar o programa, ainda em fase de aprovação pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a empresa instalará tancagens em Tubarão (ES) e Nova Era (MG) para estocar óleo de produtores de soja.
O anúncio da Vale foi feito após a abertura da 8ª Conferência Internacional de Ferrovias de Transporte de Carga Pesada, que prossegue até amanhã no Riocentro. No mesmo local, o diretor executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, disse que as concessionárias ferroviárias do País vão investir R$ 7,1 bilhões de 2005 a 2008, incluindo vias permanentes e locomotivas.
