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Vale vai produzir biocombustível no Pará

Consórcio comandado pela Vale e Biopalma da Amazônia S/A vai investir US$ 500 milhões na produção de biocombustível na Amazônia. A expectativa é de que a partir de 2014, o combustível B20(20% de biodiesel e 80% de diesel comum), feito a partir do óleo de palma, abasteça as operações e projetos da multinacional na região norte. O projeto que será implantado em cinco municípios paraenses vai beneficiar cerca de 2 mil famílias de pequenos produtores rurais na região.

O consórcio será o maior produtor de óleo de palma das Américas e investirá cerca de US$ 500 milhões, sendo US$ 305 milhões de responsabilidade da Vale, que além de participar do consórcio, será responsável também pela implantação e operação da planta do biodiesel.

A expectativa é de que a produção atual do óleo de dendê seja de 500 mil toneladas, que vão resultar em 160 mil toneladas de biodiesel por ano, que serão destinadas à Vale para auto-consumo. Com esta parceria, toda a frota de 216 locomotivas do Sistema Norte, bem como as máquinas e equipamentos de grande porte das minas de Carajás serão abastecidos pelo novo combustível.

O que na avaliação da diretora de energia da Vale, Vania Somavilla, representaria a redução de 12 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera, o equivalente a mais de 200 mil carros circulando no mesmo período.

O projeto está localizado inicialmente em área de cerca de 130 mil hectares espalhadas pelos municípios de Moju, Acará, Concórdia, Abaetetuba e Tomé-Açu. Destes, 60 mil ha (5 mil já plantados) serão destinados para o plantio, enquanto os 70 mil restantes fazem parte da reserva legal e será reflorestado e protegido pelo consórcio.

Até 2022, a expectativa é de que sejam criados seis pólos e seis usinas no Pará, com capacidade de 36 MW de co-geração de energia. O que garantirá a auto-suficiência da Vale neste tipo de combustível.

EFEITO SOCIAL

O diretor presidente da Biopalma Amazônia, que atua neste mercado há dois anos, destaca o peso social que este tipo de ação terá na região. È provavelmente a área mais devastada da floresta amazônica, ao mesmo tempo em que é a região com maior densidade demográfica. São áreas em que é alto o percentual de famílias que vivem abaixo da linha da pobreza. Com este projeto, a expectativa é de que a renda das famílias passe de R$200/mês para R$2,5 mil, afirmou Silvio Maia.

De acordo com o diretor executivo de Logística, Gestão de Projetos e Sustentabilidade da Vale, Eduardo Bartolomeu, o projeto de investir em biodiesel faz parte de uma estratégia de diversificação e otimização de sua matriz energética através da maior utilização de carvão térmico, combustíveis renováveis e gás natural. Ele conta que várias espécies foram pesquisadas, mas a palma foi a que apresentou a melhor produtividade.

Estado e mineradora confirmam investimentos

O governo do Estado vai reduzir ver bas de custeio e manutenção da máquina pública para garantir investimentos em obras e projetos de desenvolvimento e geração de empregos. Entre os cortes de verbas, 20% das funções comissionadas e 30% de todo o custeio da máquina. O anúncio foi feito na manhã de ontem pela governadora Ana Júlia Carepa, durante reunião do Fórum Paraense de Competitividade, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

Durante a reunião, a companhia Vale reafirmou que manterá no Pará todos os principais investimentos anunciados, inclusive a construção de uma siderúrgica em Marabá, orçada em US$ 5 bilhões. Verificamos alguns compromissos assumidos pelos governos federal e estadual, como as obras nas eclusas de Tucuruí e do Porto de Vila-do-Conde, e todas estão dentro do cronograma. E também o cronograma da siderúrgica segue em ritmo normal, com início da construção em 2010 e da operação em 2012, disse o diretor de Ferrosos da Vale, José Carlos Gomes Soares.

Além dos investimentos físicos, como a construção da hidrovia do Tocantins e de um novo Píer no porto de Vila-do-Conde, o diretor da Vale ressaltou a importância de se investir na mão-de-obra qualificada e no desenvolvimento de fornecedores. Nesse sentido, seria de extrema importância a conquista da Universidade Federal do Sudeste do Pará, já pleiteada pelo governo do Estado.

Para o secretário estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro, este Fórum é uma instância privilegiada para unificar projetos, e o governo está fazendo tudo para garantir os investimentos: tanto os privados e do governo federal, quanto os estaduais.

Socorro Pirâmide, presidente da Companhia Docas do Pará (CDP), também confirmou o cronograma de obras de logística em Belém e Vila-do-Conde. Em 15 dias, vamos emitir a ordem de serviço para a ampliação do terminal 1 do porto, obra que deve durar entre 18 e 20 meses. Quanto à construção do terminal 2, o projeto começa agora a ser elaborado pela Universidade Federal do Pará. Esperamos para que seja concluído em cinco meses, para ser então licitado. A expectativa é começar a construção no próximo ano, anunciou Socorro Pirâmide.

A presidente da CDP também confirmou a construção do trecho da ferrovia Norte-Sul que liga Açailândia, no Maranhão, ao porto de Vila-do-Conde. A licença-prévia do Ibama pode sair a qualquer momento, para ser então licitada a obra. Vale lembrar que conseguimos um adendo no projeto da ferrovia, garantindo um ramal até o porto de Espadarte, se ele vier a existir. As verbas da ferrovia já estão garantidas, no PAC.

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