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Utilização da vinhaça é tema da 6ª Reunião do Grupo Fitotécnico de Cana IAC

O encontro abordou inovações no uso e aplicação e também aspectos econômicos

Utilização da vinhaça é tema da 6ª Reunião do Grupo Fitotécnico de Cana IAC

O Grupo Fitotécnico de Cana IAC realizou a sua 6ª reunião, nesta terça-feira (17), e destacou a temática sobre nutrição e as inovações no uso e aplicação da vinhaça com seus impactos ambientais e a questão econômica advinda da sua utilização.

Na abertura do evento foi feita uma homenagem ao pesquisador Bernardo van Raij, 84 anos, falecido no último dia 15. Raij ingressou em 1963 no IAC, onde trabalhou por várias décadas. Especialista em química e fertilidade do solo, nutrição de plantas e adubação de culturas, foi um dos mais influentes cientistas de sua área, reconhecido internacionalmente.

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João Rosa

João Rosa, conhecido como Botão, coordenador de Projetos do Pecege, destacou em sua apresentação os custos nas operações de aplicação de vinhaça. Rosa passou o conceito de custos sobre duas óticas. “O primeiro é em relação à aplicação, como é que eu dimensiono, eventualmente, os conceitos para quantificar quantas máquinas eu preciso e quanto que me custa fazer isso para daí eu comparar a viabilidade. Lembrando que essa questão também está inserida no mantra do agrônomo, que responde “depende” a 99% das situações”, disse.

Ele apresentou uma planilha de estudo citando um exemplo fictício aplicado em uma área de 10 mil hectares. Citando sempre a questão das variáveis que podem ter influência no resultado final. “Qual a lâmina, que distância vai precisar enriquecer, que velocidade vai andar a máquina, qual que é a vazão do bico, quantos metros cúbicos de vinhaça”, entre outras. No exemplo, o custo de aplicação por hectare ficou entre R$ 550,00 e R$ 560,00.

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Heitor Cantarella

Em seguida, o pesquisador do IAC, Heitor Cantarella, abordou o tema da vinhaça como veículo de fertilizantes e consequências para as perdas de nitrogênio. “Nós vamos falar hoje aqui de perdas relevantes para cana-de-açúcar de nitrogênio. Vamos falar de vinhaça concentrada e não concentrada, fabricação localizada e vinhaça como veículo de fertilizantes, perdas de nitrogênio na forma de amônia e de óxido nitroso e algumas considerações finais”, explicou Cantarella.

“Se a vinhaça ajuda a reduzir as perdas de NH³ ela aumenta as perdas de N²O; o estímulo da vinhaça às emissões de N²O é maior com a vinhaça concentrada; inibidores de nitrificação reduzem as emissões de N²O mas, podem ter efeito oposto nas emissões de NH³”, são algumas dessas considerações.

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Aimée Regali Seleghim, da Pesquisa e Desenvolvimento da Stoller, palestrou sobre o manejo dos canaviais no período vegetativo: uma abordagem com nutrição e fisiologia pela empresa.

O engenheiro Agrônomo Júlio Naves, da Usina Alta Mogiana, falou sobre a evolução da aplicação da vinhaça localizada, iniciada em 2017 com três aplicadores, chegando em 2023 com 14 aplicadores. A usina também investiu em armazenamento, e hoje tem no total de 135 mil metros cúbicos de armazenamento de vinhaça, contando com três pontos de carregamento e conta com uma adutora de 14 km.

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Júlio Naves

Os representantes da Raízen, Thiago Quintino e Antonio Massoli Neto, destacaram que a vinhaça se enquadra num dos cinco pilares da empresa, que trata da nutrição. “Nesse sentido é comum vermos os nossos canaviais, nas nossas lavouras essa situação: uma área fértil irrigada e uma área convencional. Então existe uma melhora clara, nítida e visual do benefício que a vinhaça traz”.

Dados da safra 2020/21 nas unidades da Raízen, apontam que a vinhaça localizada atingiu um percentual de TCH potencial de 83%. “O mineral ficou na casa dos 80% e quando utilizamos a aspersão chegamos a 86%”, informaram.

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Para entregar esses quase 470 mil hectares de vinhaça a Raízen conta com uma estrutura de com mais de 70 aplicadores, 180 caminhões de transporte, 70 frentes de aspersão, 2.500 pessoas envolvidas diretamente no processo, 570 km de tubulação móvel e mais de 1.000 km de adutoras fixas nas unidades. Então é uma estrutura bem robusta para que a gente realmente consiga atingir o resultado esperado no canavial e garantir a nutrição da planta”, explicaram os técnicos.

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