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Usineiros querem retomada de 25% de álcool na mistura com gasolina

Os usineiros vão pedir ao governo a retomada do percentual de 25% na mistura de álcool anidro à gasolina. Desde o dia 1º de março deste ano a participação caiu para 20%, com o objetivo de reduzir a demanda por álcool em 100 milhões de litros por mês e garantir o abastecimento. O Ministério de Minas e Energia informou que vai analisar a proposta quando a receber formalmente.

Apesar de ter sido adotada para reduzir o impacto da entressafra da cana-de-açúcar, a medida não tem prazo para deixar de vigorar e, quando foi anunciada, o governo disse que seria por “longo” período de tempo.

Para Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Única (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), durante a entressafra o percentual de 25% pode ser adotado novamente. “Desde que haja planejamento. O governo tem de fazer um acordo para que os produtores aumentem em 200 milhões de litros por mês a produção de anidro e reduza a produção de açúcar e álcool hidratado.”

Segundo Pádua, a produção tem de ser o dobro do que o mercado precisa por mês para que seja possível atender a demanda durante a entressafra.

De acordo com ele, um aumento de álcool à gasolina nesse momento poderia significar uma queda de R$ 0,05 no litro da gasolina, que está em R$ 2,55, em média, no país, segunda a ANP (Agência Nacional de Petróleo).

“Tem de haver um acordo entre governo e produtores, mas é possível um incremento de álcool na gasolina e um retorno ao patamar de 25% na mistura neste momento”, disse. Não há encontro agendado, mas os usineiros querem conversar com os ministério da Agricultura, Fazenda e Minas e Energia.

Pádua defende uma política vinculada aos períodos de entressafra da cana. A mistura do álcool anidro à gasolina, por exemplo, poderia ser maior em períodos de safra, que começa, em geral, em abril, e reduzido em novembro, quando começa o período de entressafra.

Sobra

A produção de álcool bateu recordes nessa safra da cana-de-açúcar, com a antecipação para março. Do início da safra até o final de maio já foram produzidos 2,8 bilhões de litros, 20% a mais do que 2005.

Segundo Pádua, a segunda quinzena de maio foi o período com mais incremento. A produção foi de 1,2 bilhão, 37% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado. A demanda nacional é de 1 bilhão por mês.

A sobra do álcool diante da demanda, segundo Pádua, garante a estabilidade no preço praticado pelas usinas. “Tudo que foi produzido será demando.”

A grande produção não deve garantir redução significativa no preço. De acordo com Pádua, a volta das exportações de açúcar e álcool tornou os produtores menos dependentes do mercado interno. Para ele, a produção vai continuar forte, mas as vendas externas, que praticam preços 20% superiores às internas, também devem ganhar força.

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