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Usineiros pressionam governo por abertura de crédito para estocagem de álcool

Os usineiros querem do governo a aprovação de uma linha de crédito para capital de giro e formação de estoques de álcool. Em reunião com três ministros, representantes do setor privado colocaram o financiamento de estoques como prioridade para segurar os preços do álcool combustível.

Os ministros Roberto Rodrigues, da Agricultura, e Dilma Rousseff, da Casa Civil, e o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, estão reunidos com os usineiros desde antes do almoço. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, chegou por volta das 14h30 e deixou a reunião há pouco, com Dilma, mas a negociação continua.

Fontes que participaram do encontro informaram que os usineiros – entre eles o presidente da União das Indústrias Canavieiras de São Paulo (Unica), Eduardo Carvalho – colocaram como condição principal para a redução do preço do álcool no atacado o financiamento pelo governo de estoques privados do combustível para evitar desabastecimento futuro.

De acordo com o relato, o ministro da Agricultura concorda que existe a necessidade de uma política de formação de estoques. A proposta dos produtores é de que o governo ou um banco estatal abram crédito a custos facilitados, e o usineiro daria o produto como garantia do crédito.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o setor privado tem no momento cerca de 4 bilhões de litros de álcool em estoques próprios. Mas esse volume seria suficiente apenas para três meses de entressafra, uma vez que a média de consumo mensal no país é de 1,2 bilhão de litros.

De acordo com os relatos, os usineiros propuseram na reunião antecipar para março o início da colheita da cana-de-açúcar, que normalmente ocorre em abril ou maio.

De acordo com uma fonte, a alta atual nos preços do álcool anidro (para adição à gasolina) de R$ 1 para R$ 1,10, e também do hidratado (combustível) de R$ 1 para R$ 1,03 em média, não tem como motivação apenas a redução normal da produção no período de entressafra. Seria também uma forma de o setor cobrar do governo recursos que não foram liberados em 2005. Em 2003 e 2004, o governo liberou em recursos da Cide-Combustíveis cerca de R$ 500 milhões anuais para o financiamento do setor a um custo médio de 11,5% ao ano – acima da TJLP de 9,75%, mas bem abaixo da Selic. Apesar de o Conselho Interministerial de Açúcar e Álcool ter aprovado nova liberação de cerca de R$ 500 milhões da Cide em 2005, os recursos foram vetados porque a Fazenda avaliou que os preços estavam estáveis e havia uma situação confortável em termos de estoques.

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