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Usineiros podem hidratar álcool anidro até o fim da entressafra

Usineiros do Centro-Sul do Brasil podem adicionar água no álcool anidro e vendê-lo como hidratado até o final da entressafra, provavelmente com maior intensidade a partir de março. Os estoques de anidro foram formados para uma mistura de 25% desse tipo de álcool à gasolina, mas o governo dificilmente irá aumentar o volume atual, de 23%.

A tendência é de sobra de anidro e de estabilidade a queda nos preços do combustível. Já o álcool hidratado segue em alta, com consumo de veículos flex fuel e os preços podem ser remuneradores a tal ponto de compensar o processo de hidratação.

A hidratação do anidro consiste na adição de água especial, desmineralizada, ao álcool. Isso já ocorreu no início do ano passado, quando o preço do álcool hidratado superou, pela primeira vez, o do anidro, e a oferta pelo hidratado disparou no mercado, inclusive com risco de desabastecimento.

Como o anidro ainda vale um pouco mais nas usinas – R$ 0,878 contra R$ 0,868 o litro do hidratado -, empresários optam por desovar o estoque de hidratado antes de adotar a prática, o que poderia encarecer ainda mais o produto.

“Provavelmente, muitas usinas vão molhar o anidro antes do final da safra, porque vai sobrar esse tipo de álcool nas usinas”, afirmou o empresário Luiz Guilherme Zancaner, conselheiro da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). No ano passado, o processo de hidratação foi suspenso quando aumentou a oferta de hidratado no início da safra e ainda quando dispararam as exportações de anidro, que levaram o governo a intervir e barrar negócios com o exterior.

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