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Usineiros do Nordeste buscam variedades de cana mais eficientes

O Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para a reestruturação do setor sucroalcooleiro do Nordeste encerrou ontem mais uma etapa de visitas à região.

Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE), Renato Cunha, o foco no momento está voltado para pesquisa e desenvolvimento de variedades de cana. “Os principais Estados produtores do Nordeste investem cerca de R$ 4 milhões anuais nessas áreas, enquanto instituições públicas e privadas do Centro-Sul investem R$ 40 milhões. A produtividade naquelas áreas é bem superior a do Nordeste e as variedades são voltadas para regiões que não são encontradas por aqui. Queremos melhorar as variedades locais, como a RB, desenvolvida no Nordeste, para atender às nossas necessidades”, disse.

Segundo Cunha, as sugestões apresentadas durante a visita dos técnicos a Pernambuco nos últimos dois dias deverão ser inseridas no relatório sobre o setor canavieiro nordestino que será entregue ao presidente Lula até 30 de março. O executivo diz que o documento abordará questões estruturais e operacionais consideradas fundamentais para o setor sucroalcooleiro regional.

“Queremos mais hibridação, semeação, infra-estrutura e também pesquisas. É fundamental que os produtores do Nordeste melhorem sua vantagem competitiva”. Segundo ele, enquanto a produtividade por hectare na região oscila de 55 a 65 toneladas, na região Centro Sul esta produtividade cresce para algo entre 80 toneladas e 90 toneladas.

Uma das opções propostas pelo setor regional é a retomada do programa de equalização canavieira com recursos assegurados e destinados a resolver os gargalos da cadeia produtiva. Segundo Cunha, o pagamento da taxa de equalização está suspenso há três anos e os repasses devidos somam mais de US$ 1 bilhão. O último pagamento considerava o preço de R$ 5 por tonelada de forma a compensar a alta produtividade e as vantagens físicas – como topografia – de outras regiões produtoras.

Atualmente este preço pode chegar a R$ 9 por tonelada. A composição de destino destes recursos ainda está sendo debatida entre os produtores e o grupo interministerial, mas a expectativa é que sejam destinados para pesquisas, infra-estrutura e manejo.

O agronegócio canavieiro do Nordeste deverá ser responsável por uma produção de cerca de 60 milhões de toneladas de cana nesta safra. O volume corresponde a aproximadamente 15% da produção nacional. A atividade emprega 350 mil pessoas na região, o equivalente a quase 33% de todo o contingente empregado em nível nacional pela atividade. O alto percentual reflete a topografia irregular que impede maior índice de mecanização.

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