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Usineiros da região vão para o Oeste

O setor sucroalcooleiro ‘descobriu’ a região Oeste paulista. Várias usinas da região de Ribeirão Preto estão construindo unidades naquela região, onde já houve importante criação de gado.

O fato é um reflexo da falta de áreas de plantio nas regiões tradicionalmente canavieiras.

“Mais de 20 unidades devem estar implantadas nos próximos quatro anos”, confirma Luiz Guilherme Zancaner, presidente da UDOP (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista), que representa empresas do setor nas regiões de Araçatuba, Presidente Prudente e São José do Rio Preto.

O investimento na implantação de usinas exige mão-de-obra especializada e empresas produtoras de peças utilizadas nestas novas unidades, assim como empresas que cuidem da manutenção. A afirmação é tão correta que empresas de Sertãozinho – Smar, DMB, Fertron, entre outras – instalaram filiais na cidade, que também ganhou a ZBN, uma empresa oriunda na extinta Zanini S/A Equipamentos Industriais, também de Sertãozinho.

Agora, o grupo Dedini Agro, que tem sede em Piracicaba e uma filial em Sertãozinho (justamente onde funcionava a Zanini), anuncia a instalação de uma unidade industrial em Araçatuba para atender a demanda que está se formando na região. O investimento previsto é de R$ 10 milhões.

Para Zancaner, a região de Ribeirão Preto, principalmente Sertãozinho, não deve perder clientes com a implantação da nova planta industrial. “Não perde porque as matrizes continuam na cidade, apenas filiais estão sendo abertas”, diz o presidente da UDOP, comemorando o crescimento econômico de sua região. “O que a indústria quer é estar mais próxima do cliente”, comenta.

Falta fundição

Uma das deficiências da região que começa a incrementar o setor sucroalcooleiro é o setor de fundição de peças. As usinas do Oeste buscam esse serviço em outras regiões do Estado, inclusive em Sertãozinho, onde várias usinas compram peças de reposição e fazem suas manutenções anuais.

Segundo Mário Garrefa, diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Sertãozinho, as indústrias da cidade não perderão clientes porque “atender usina é complicado”, afirma.

Garrefa diz que conta muito a qualificação técnica da empresa, o conhecimento técnico dos profissionais, a confiança do cliente etc. “A Dedini vai atender lá os clientes que ela já tem aqui. Mas para ela compensa, porque reduz custos”. E muita coisa deve continuar sendo feita mesmo em Sertãozinho. “Tem filial de Maceió, por exemplo, que envia serviço para cá”, exemplifica.

Zancaner acredita que sua região ganha com uma nova indústria, mas sabe que nem toda a produção será feita nesta nova unidade, porque a unidade nova não será uma cópia perfeita da matriz, com todas as máquinas e equipamentos. “Os serviços mais simples serão feitos nesta unidade, porque também não dá para mandar tudo para outras regiões”, explica.

Região ainda tem espaço

A “invasão” de novas usinas no Oeste paulista mostra a procura de terras para ampliação do plantio de cana. “Nossa região está em crescimento porque outras áreas do Estado tem outros problemas, como falta de espaço para expansão, solo inadequado, questões ambientais etc. Aqui temos espaço para a ampliação da produção”, diz confirma Luiz Guilherme Zancaner, presidente da UDOP (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista).

A região conhecida por produzir gado de corte está perdendo esta condição e os pastos se transformam em canaviais. “Gado é no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, diz Zancaner, também pecuarista que reclama da atual situação do setor. “A pecuária teve desenvolvimento lento e hoje paga um alto preço por isto”, lamenta.

Zancaner diz que a região, além de espaço para plantio de novos canaviais tem também bonés espaços (prédios) para a indústria. Mas ele acredita que para crescer o setor terá também que buscar mercado e ganhar credibilidade cada vez maior. “Os importadores querem segurança. O Japão, por exemplo, deve importar do Brasil apenas um terço do álcool que precisa”. Pensando na credibilidade ele prega a necessidade de os produtores cuidarem do estoque regulador, por exemplo.

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