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Usinas voltam a recorrer à fixação de preços

A queda dos preços do açúcar no mercado internacional, que acumula desvalorização de mais de 50% desde fevereiro de 2006, quando as cotações atingiram seu pico dos últimos 20 anos, tem levado as usinas do setor sucroalcooleiro a repensar suas estratégias de gestão de risco.

“As usinas passam por um momento muito complicado de mercado por conta dos preços”, afirma Marcos Bruno Daniel, da trading SA Fluxo. Segundo ele, a queda dos preços internacionais e o recuo do dólar frente ao real estão pressionando os custos das usinas.

Algumas companhias do setor, incluindo as do Nordeste, deram início à fixação das telas futuras. “Há uma preocupação do setor em buscar uma solução”, disse Daniel.

Segundo Manoel Garcia, presidente da Fluxo, as usinas começaram a intensificar a procura por mecanismo de hedge (proteção de preços). No ano passado, quando a expectativa era de que os preços superassem os 20 centavos de dólar, as usinas atrasaram as fixações. Neste ano, algumas usinas ainda estavam na expectativa de que os preços pudessem subir mais antes de iniciarem a fixar os preços.

“As usinas perderam o bonde no ano passado à espera da égua da crina dourada”, afirma Arnaldo Luiz Corrêa, da Archer Consulting — Assessoria em Mercados Futuros, Opções e Derivativos.

Segundo os analistas de mercado, poucas usinas estão com seus preços fixados. “Com os preços atuais, as usinas vão registrar prejuízo de aproximadamente US$ 15 por tonelada, se comparar os custos de produção com as atuais cotações praticadas no mercado”, afirma Corrêa.

Muitas companhias lamentam não terem feito a fixação no passado. As que fizeram, se deram bem, segundo Corrêa. “As usinas deveriam ser mais disciplinadas na questão de gestão de risco.”

A estimativa do mercado é de que cerca de 40% da produção futura da safra 2007/08 esteja fixada. No mesmo período da safra passada, os volumes fixados estavam entre 30% e 40%.

Garcia, da Fluxo, lembra que o mecanismo de hedge ajuda o setor a planejar melhor os seus ganhos a partir dos seus custos. Ele acredita que as usinas deverão intensificar o mecanismo de proteção para evitar novos sustos com o recuo dos preços.

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