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Usinas retém açúcar tentando elevar preço

Os preços do açúcar estiveram firmes no mercado interno nesta semana. E não é por falta de interesse dos compradores. É que as usinas, visualizando bons negócios no mercado internacional, vêm retendo a oferta do produto e dando margem para a valorização dos preços. Em Ribeirão Preto, principal referencial de preços para o resto do País, a saca de 50 quilos encerrou a semana cotada a R$ 36,00-36,50. Na semana passada, o valor ainda era de R$ 34,00 por saca para o produto.

Fora algumas unidades do estado do Paraná, a colheita da cana inicia mesmo em abril nos demais estados do Centro-Sul do País. Como em 2004, os trabalhos começarão mais cedo neste ano para garantir que não faltará álcool para os consumidores brasileiros. Segundo indicação do consultor da Unica, Antônio de Padua Rodrigues, no dia 1 de março, os estoques internos totalizavam algo em torno de 2,4 bilhões de litros, com uma estimativa de demanda mensal de 2,2 bilhões de litros. Quer dizer, a oferta está bem justa e dependerá da colheita de abril e maio.

Aliás, neste ano, só com as vendas de carros flex-fuel, o setor espera um demanda adicional de 800 milhões de litros sobre o ano passado. Isto requer, portanto, uma safra maior, como vem sendo prevista para a região Centro-Sul, que deve se aproximar neste ano dos 350 milhões de toneladas de cana, caso o clima jogue a favor da cultura.

Para Padua, as exportações brasileiras se repetirão. Serão 2 bilhões de litros de álcool destinados ao mercado externo neste ano, e 40% já está comprometidos antecipadamente.

Aliás, um fato curioso para o mercado é que na quarta-feira (23) começou a operar em Chicago outra bolsa para contratos futuros de álcool combustível. Este mercado já existe em Nova Iorque (Nybot), mas movimenta ainda poucos contratos. Conforme especialistas, o da CBOT, diferente da Nybot, vai se direcionar aos produtores de milho que transformam o produto em álcool. Nos Estados Unidos, nos últimos 3 anos, houve uma explosão no número de usinas destinadas a produção de etanol (álcool combustível) e a estimativa é que em breve a produção local ultrapasse a brasileira.

Há consultorias prevendo ainda que os norte-americanos disputarão a concorrência com o produto brasileiro no comércio internacional. Para o consultor da Unica, entretanto, vários comentários publicados pela imprensa e que dão vazão ao assunto são especulações e não condizem com a realidade. Para ele, o Brasil compete com qualquer país porque primeiro: produz álcool da cana, a custos muito baixos. Além disso, nem tem o interesse neste momento de expandir tanto suas exportações, pois ainda lhe falta logística e é prioridade suprir a demanda interna, que cresce em proporções muito grandes a cada ano. (Agência Safras)

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