Usinas prevêem investir e empregar

A região de Ribeirão Preto (SP), uma das principais produtoras de cana-de-açúcar do país, comemorou a vitória do Brasil na OMC e já projeta investimentos e contratações de mão-de-obra.

Com cerca de 40 usinas, a região produz cerca de 30% do álcool e do açúcar do país, segundo a Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo). Somente de açúcar são produzidos cerca de 7 milhões de toneladas por ano nas usinas da região.

Esse número é maior que a produção de países como os EUA (6,8 milhões), Tailândia (6,4 milhões) e Austrália (5,6 milhões). Até por isso, a região de Ribeirão concentra as maiores usinas do mundo.

Uma delas, a Companhia Energética Santa Elisa já prevê aumento da capacidade produtiva de 85% para 95%. “Esse aumento significa um ganho de US$ 10 milhões por ano”, disse o diretor administrativo, Henrique Gomes.

A diminuição da capacidade ociosa também provocará a abertura de postos de trabalho, que a companhia calcula em cerca de 10%. Hoje, a Santa Elisa emprega 4.000 funcionários.

O prefeito Zezinho Gimenes (PSDB) comemora. “Essa notícia [da vitória na OMC] é excelente. Não só para o setor, como para o Brasil. E Sertãozinho é quem mais vai ganhar”, disse.

Para o gerente administrativo da Usina Batatais, Renato Fantacini, a vitória do Brasil na OMC sobre o açúcar vem coroar um bom momento do setor, que inclui também o aumento das exportações de álcool.

Esse clima foi decisivo para que a indústria decidisse implantar uma nova unidade em Lins (SP), com investimento de R$ 40 milhões.

O governo do Estado também estima ganhos. Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento, Antônio Duarte Nogueira Júnior, a iniciativa privada deve investir cerca de R$ 1,5 bilhão para aumentar a produção de açúcar em 2 milhões de toneladas.

O usineiro Maurílio Biagi Filho, conselheiro da Unica, acredita que a vitória do Brasil seja irreversível porque mostrou ao mundo a realidade do mercado. “Não foi uma vitória apenas, foi a correção de uma injustiça.”