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Usinas precisam investir R$ 130 bi para atender a aumento de etanol na matriz

O presidente interino da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), Antonio de Pádua Rodrigues, disse hoje que as usinas precisam investir R$ 130 bilhões para atender ao consumo interno de etanol caso a participação de biocombustível na matriz de combustíveis atinja 50%.

A participação de 50% do etanol na matriz de combustíveis (por meio do consumo de hidratado ou aumento da mistura do anidro à gasolina) é considerada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) como o cenário mais eficiente para reduzir as importações do combustível fóssil e preservar a balança comercial brasileira.

Segundo Pádua, esses R$ 130 bilhões seriam suficientes para elevar a oferta de cana em 400 milhões de toneladas.

Do total, 100 milhões de toneladas seriam provenientes de usinas já existentes. “São projetos que precisam crescer e complementar a sua capacidade original”, diz.

Os outros 300 milhões de toneladas seriam de novos projetos, chamados “greenfields”.

“Mas o quanto vai ser investido efetivamente depende da definição de qual será a participação do etanol na matriz de combustíveis nos próximos anos”, disse Pádua nesta terça-feira, após participar do 13º Encontro Internacional de Energia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O representante da Unica apontou a falta de política pública para o etanol como a principal razão para o baixo nível de investimentos no setor. “Para investir, é preciso conhecer claramente as regras do jogo”, afirmou. Só neste ano, 14 usinas pararam de operar ao prever prejuízo no Centro-Sul, principal região produtora.

Além de metas para o consumo, Pádua voltou a defender a redução da carga tributária sobre o etanol, o que poderia tornar o álcool mais competitivo em comparação com a gasolina.

“A desoneração deve acontecer via mercado, aumentando efetivamente o preço da gasolina ao consumidor, ou via Tesouro Nacional, por meio da desoneração da folha de pagamentos ou mudanças na cobrança de PIS e Cofins”, disse.

A redução da carga tributária no setor sucroalcooleiro é tema de debate há meses em Brasília. “Eu tenho confiança de que ainda neste ano tenhamos notícias positivas que retomem a competitividade do etanol frente à gasolina”, disse Pádua.

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