Usinas

Usinas otimizam processos de recepção, preparo e extração da cana

Novos equipamentos garantem ganhos na geração de energia elétrica

Usinas otimizam processos de recepção, preparo e extração da cana

Os cuidados na recepção, no preparo e extração da cana são determinantes para se obter um melhor aproveitamento e rendimento na safra. Esses cuidados incluem ajustes nos equipamentos de acordo com a real necessidade de cada usina e, também, o melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos disponíveis.

Tudo isso, foi pauta da última edição do SINATUB – Recepção, Preparo e Extração, promovido pelo JornalCana, na quinta-feira, dia 4.  O webinar contou com a participação de Edson Rocha, vice-presidente e diretor operacional América do Sul, Spraying Systems Co, Gustavo Martins Mariano, coordenador de moagem da Jalles Machado unidade Otávio Lage e Luís Fernando L. Murakami, gerente Industrial, da Bioenergética Aroeira.

Com o patrocínio das empresas AutoJet, BioCon e S-PAA Soteica, o webinar contou com a mediação do jornalista do JornalCana, Alessandro Reis.

Em sua apresentação, Edson Rocha, da Spraying Systems, falou sobre a importância da limpeza do esteirão de cana desfibrada, lembrando que o tamanho dos equipamentos deve ser baseado em cada um dos componentes da cana, levando em consideração a porcentagem de fibras, impurezas, água e de ATR.

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Edson Rocha

“Por isso, antes de mais nada, é necessário entender todo o processo, para a partir daí eliminar as restrições”, disse. Segundo ele, o controle da água é importante.

“Toda água que entra tem que ser evaporada. Para aumentar a geração de energia é necessário reduzir o consumo do vapor de escape e para isso tem que reduzir o volume de água no processo. Utilizamos um conceito de coeficiente de variação, para tratar o excesso ou déficit da água, assegurando a uniformidade na sua distribuição. As perdas decorrentes de problemas na limpeza do esteirão podem chegar a 0,57% de todo açúcar que está entrando”, informou Rocha.

Ele explica que a utilização de chuveiros autolimpantes permitem a recuperação do açúcar retido nas taliscas. A aplicação de água quente com alta pressão, promove a limpeza e esterilização. A água com a cana recuperada vai direto para a moenda sem sistema auxiliar de bombeamento, permitindo a recuperação de 0,1 a 0,5% de açúcar. Rocha também destaca a economia para a usina ao usar a água condensada a alta pressão, em detrimento do vapor superaquecido. O custo do vapor é estimado em R $1.500.000,00 por safra, enquanto, que, o custo com a água condensada cairia para R $15.000,00 apenas 1% do valor.

Para o processo de embebição da cana, ele destaca a necessidade de utilização de chuveiros com baixo coeficiente de variação e alto impacto, assim como na peneira rotativa, onde além de limpar também esteriliza, permitindo a utilização de malhas menores, aumentando a área útil de filtragem, assegurando a recuperação de 0,1 a 0,2% de açúcar.

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Preparo

Luís Murakami

Luís Murakami, da Bioenergética Aroeira, falou sobre os equipamentos geralmente usados na etapa de preparo da cana: o picador de facas rotativas e o desfibrador de martelo oscilantes, equipamentos que consomem mais de 25% do total da potência requerida pela usina.

Os objetivos dessa etapa são reduzir a cana alimentada em pequenos pedaços, rompendo ao máximo as células de cana que contém açúcar, facilitando o processo de extração. Segundo Murakami, para alcançar altos índices de extração, é essencial que a cana seja preparada em desfibradores que alcancem open cell acima de 90%.

Os picadores geralmente são acionados por turbinas a vapor ou motores elétricos em conjunto com redutores e a potência absorvida é sempre relacionada com a vazão de fibra e não pela vazão de cana de alimentação.

Com a vinda da mecanização no campo e a valorização da geração de energia elétrica, muitas usinas extinguiram o uso do picador, conseguindo economia na manutenção e na potência consumida, gerando ganhos na exportação de energia elétrica.

O desfibrador tem martelos robustos que cobrem toda sua largura, ajustados com um pequeno espaçamento em suas pontas e a placa desfibradora, que tem a função de maximizar as colisões entre a cana e os martelos.

Nos últimos anos as usinas vêm usando desfibradores pesados ou extra pesados que atingem índice de preparo de 90% e requerem potência instalada de 55 KWh/tf, acionados por turbina a vapor ou motores elétricos em conjunto com redutores. Os com motores elétricos têm menor custo de investimento e baixo custo de manutenção.

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Gustavo Martins Mariano

Na instalação da segunda linha de extração da Aroeira, eles optaram pela instalação de um Preparo Extra Pesado tipo DVU de 72”, acionado por dois motores elétricos de 1.500 CV em 8 Pólos (900 rpm), no mesmo eixo, sem redutores, atingindo índices de preparo acima de 90% com menor custo instalação e manutenção. Essa instalação, segundo Murakami, permite maior eficiência energética, maximizando a exportação de energia elétrica em relação ao uso da turbina a vapor e redutor.

Gustavo Martins Mariano, da Jalles Machado – unidade Otávio Lage, que já processou cerca de 2.300.000 toneladas de cana, disse que executou até o momento apenas uma troca do cabo Hillo. Ele aponta como fatores que contribuíram para essa situação: reposicionamento das bases da corrente de elevação, utilização de roldanas de vesconyl no balanção, taliscas de 3 metros, 5 linhas de corrente, retirada do contra recuo do balanção e corrente de segurança.

“A unidade de Otávio Lage se orgulha em ser a segunda no ranking nacional da Fermentc, em extração com 5 ternos, estando até o momento com 96,67% de extração ART acumulado safra”, concluiu.

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