cana-de-açúcar

Usinas apresentaram aumento de rentabilidade na safra 2023/24

Segundo dados do Pecege Consultoria a margem econômica ficou em 23,10%, um aumento de 6,36 pontos percentuais em relação ao ano anterior

Usinas apresentaram aumento de rentabilidade na safra 2023/24

A safra 2023/24 trouxe resultados positivos para as usinas de cana-de-açúcar, destacando-se pelo aumento expressivo na rentabilidade do setor. De acordo com o relatório de rentabilidade do Pecege Consultoria, a margem econômica média das usinas alcançou 23,10%, representando um incremento de 6,36 pontos percentuais em comparação ao ano anterior. Esse aumento é um reflexo da redução nos custos de produção e preço favorável do açúcar.

Fatores como condições climáticas ideais, preços internacionais atrativos e avanços na produção agrícola foram determinantes para esses resultados excepcionais. O relatório da consultoria fornece uma análise detalhada dos elementos que influenciaram tanto a produção quanto a rentabilidade do setor, demonstrando como cada variável contribuiu para o desempenho positivo.

O estudo abrangeu 94 unidades agroindustriais pertencentes a 49 grupos econômicos, representando uma moagem de 255 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Este volume corresponde a 39% da moagem total da região Centro-Sul, que atingiu 654 milhões de toneladas nesta safra.

O relatório indica que o aumento na produção foi crucial para a redução dos custos por tonelada, que diminuíram aproximadamente 11,03% em relação ao ciclo 2022/23. “Além da melhor capacidade de diluição dos custos fixos operacionais, decorrente do melhor aproveitamento da capacidade instalada, esse movimento também foi sustentado por reduções significativas nos preços dos insumos agrícolas e custos com a operação”, detalha o documento. Essas reduções de custos tiveram um impacto direto na melhoria das margens de rentabilidade das usinas.

O impacto positivo do El Niño também foi destacado no relatório. “No que tange às receitas, é importante destacar que a ocorrência do El Niño em 2023 foi particularmente benéfica para o setor sucroenergético brasileiro, especialmente para as unidades com grande capacidade de produção de açúcar. Ao reduzir a oferta asiática da commodity, o fenômeno climático fez com que as cotações internacionais atingissem os maiores preços dos últimos 11 anos. Essa condição estimulou a produção e a comercialização do açúcar a preços muito acima do custo de produção, garantindo margens bastante elevadas para o adoçante”, afirma o relatório.

Este fenômeno climático não apenas beneficiou a produção de açúcar, mas também criou um ambiente econômico favorável para os produtores brasileiros.

Em contrapartida, o mercado de etanol enfrentou desafios consideráveis. A combinação de baixa demanda no ciclo Otto e altos níveis de produção resultou em acúmulo de estoques e consequente queda nos preços. Segundo o relatório, nem mesmo o retorno dos impostos federais sobre os combustíveis foi suficiente para fortalecer o mercado de etanol, resultando em uma deterioração das margens do biocombustível. Esta situação sublinha a volatilidade e a sensibilidade do mercado de etanol às flutuações de oferta e demanda.

Para a safra 2024/25, a consultoria projeta uma redução na produção do setor, aliada a pressões inflacionárias decorrentes da recente desvalorização cambial, o que pode elevar os custos de produção. Em termos de receita, a valorização do etanol deve ser inferior à queda esperada para o açúcar, configurando um cenário desafiador para as margens operacionais. No entanto, as usinas que fixaram parte da produção a preços favoráveis poderão mitigar esses efeitos. A gestão estratégica será crucial para navegar por este ambiente econômico complexo e garantir a sustentabilidade a longo prazo.

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