O setor bioenergético é uma potência que vai além da produção de açúcar, etanol e energia a partir da cana-de-açúcar. Ele se destaca como um verdadeiro transformador de vidas e uma “avenida de oportunidades”. Com 345 usinas atualmente em operação, o segmento no Brasil é hoje responsável por quase 2% do PIB do país, gerando também cerca de 2,2 milhões de empregos formais, entre diretos e indiretos.
O setor também está por trás da maior geração de divisas: entre 1975 e 2023 houve uma economia de US$ 347,78 bilhões, o correspondente à atual reserva cambial no país (US$ 346 bilhões), conforme estimativa da DATAGRO. Este número é maior, de US$ 728,25 bilhões, ao considerar o custo da dívida externa evitada, segundo dados da DATAGRO.
Além de fortalecer a economia e no desenvolvimento regional (cerca de 1.200 municípios envolvidos com a atividade de cultivo da cana-de-açúcar em 2023), a cadeia sucroenergética desempenha um papel igualmente importante na sustentabilidade ambiental.
De acordo com a consultoria, o consumo de etanol hidratado pelos veículos flex-fuel, combinado à mistura de 27% de etanol anidro na gasolina, reduziu a emissão de gases de efeito estufa em mais de 600 milhões de toneladas de CO2e entre março de 2003 (data da introdução dos automóveis flex-fuel) e dezembro de 2023, o que equivalente à soma das emissões totais da Alemanha.
Companhias comprometidas com o desenvolvimento econômico e social
As usinas são responsáveis por criar uma infraestrutura robusta nas regiões onde operam, incluindo melhorias em estradas, sistemas de transporte e serviços básicos como saúde e educação. Esses investimentos têm um impacto duradouro nas comunidades locais, proporcionando um crescimento econômico sustentável.
Josias Messias, jornalista e diretor da ProCana Brasil, é um testemunho vivo do impacto social dessas companhias. Autor da expressão “avenida de oportunidades”, Messias destaca o papel fundamental das usinas no desenvolvimento educacional e profissional das comunidades onde estão inseridas.
Durante uma visita à unidade Passos da Ipiranga Agroindustrial, Messias relembra sua infância e a importância da educação proporcionada pela usina. “Aqui, na antiga Usina Açucareira Passos, fiz todo o meu ensino primário, mesmo não sendo filho de funcionário. Isso demonstra o compromisso das usinas com a comunidade local”, afirma.
Mesmo não sendo filho de funcionário – o pai tinha um pequeno comércio no local – ele, assim como todos em idade escolar, tiveram oportunidade de ingressar no mundo das letras, tendo acesso ao ensino primário, a primeira etapa que abre as portas para a formação educacional.
“Isso mostra o quanto naquela época, assim como hoje, as usinas sempre foram importantes para apoio à comunidade local, por que a gente não era colaborador e, mesmo assim, pudemos estudar lá”, afirmou.
Messias destaca que, além de proporcionar educação, as usinas frequentemente oferecem programas de treinamento e capacitação profissional, preparando os moradores locais para uma variedade de carreiras no setor bioenergético. Essas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional são cruciais para o crescimento econômico e a redução da pobreza nas regiões rurais.
O diretor da ProCana reflete sobre sua trajetória, desde menino sonhador no interior do Brasil até líder de diversos negócios e conhecedor de 41 países. Ele enfatiza a resiliência e a importância de sonhar alto. “Uma usina sempre é uma avenida de oportunidades. O setor é grande, tecnológico e sustentável. Sonhar, ser resiliente e perseverar nos nossos sonhos nos permite alcançar lugares altos”, conclui Messias, agradecendo à Usina Açucareira Passos por seu papel transformador.