O Departamento de Meteorologia da Austrália anunciou que a probabilidade de que o fenômeno La Niña nos próximos meses diminuiu significativamente.
Caso ocorra, a previsão é de que seja um fenômeno de fraca intensidade e curta duração.
O que acontece: tradicionalmente, o fenômeno La Niña está associado ao aumento das chuvas no leste australiano.
E, isso, no sudeste asiático e na Índia, enquanto provoca a redução das precipitações nas Américas.
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Modelo climático
Em uma atualização quinzenal, o departamento informou que seu modelo climático interno sugere que o fenômeno La Niña não deve se desenvolver, com quatro dos seis modelos climáticos analisados apresentando uma visão semelhante.
Quando: o fenômeno estava sendo esperado para se manifestar em setembro, mas ainda não ocorreu.
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Interações complexas
Segundo informações da Climatempo, a explicação para esse atraso está nas interações complexas entre fenômenos climáticos, como a Oscilação de Madden-Julian (MJO) e o Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM).
Impacto direto: esses fatores têm um impacto direto nas chuvas no Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte.
O que é: a MJO é um sistema de nuvens e tempestades tropicais que se desloca ao redor da Terra, influenciando os padrões de chuva em várias regiões.
Atualmente, a MJO está se movendo do Sudeste Asiático em direção ao Oceano Pacífico, trazendo mais umidade para o Centro-Oeste e Norte do Brasil.
Isso deve resultar em chuvas mais frequentes e intensas nas próximas semanas, aliviando a seca em estados como Mato Grosso e Goiás.
O que é: já o GLAAM mede a rotação da atmosfera terrestre.
Quando está em fase positiva, como previsto para as próximas semanas, os ventos em altitudes elevadas se intensificam, favorecendo a formação de sistemas de baixa pressão e aumentando as chances de chuvas volumosas.
Combinando esses fatores, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do Brasil devem experimentar um aumento significativo nas chuvas nas próximas semanas.
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Atraso ou impedimento
A interação entre a MJO em fase ativa e o GLAAM em fase positiva pode, no entanto, atrasar ou até impedir a formação de um evento de La Niña mais intenso.
Embora as projeções atuais sugiram que a formação de um La Niña é possível, a expectativa é de que, se ocorrer, será um episódio de baixa intensidade e curta duração.
Para que um evento seja classificado como La Niña pela Administração Oceânica e Atmosférrica Nacional (NOAA) as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico Equatorial Central precisam se manter abaixo de -0,5°C.
E, isso, por pelo menos três meses consecutivos.
Assim, a próxima temporada de chuvas no Brasil pode ser marcada por incertezas, mas com a expectativa de um aumento nas precipitações nas semanas seguintes.