Dentro de 10 anos todas as usinas associadas à Copersucar estarão produzindo biometano. O anúncio foi feito por Tomás Manzano, presidente da companhia, durante encontro com jornalistas, nesta quarta-feira (9).
A Copersucar reúne 38 usinas associadas no Brasil – a maior base de produção de cana-de-açúcar do mundo, 17 destilarias de etanol de milho nos Estados Unidos, e fornece energia renovável e alimento natural para mais de 70 países.
“Nos próximos dez anos, teremos a produção de biometano em nossas 38 usinas associadas. Nós já temos a Cocal produzindo em grande escala, e já está na construção da segunda planta, e a ideia é esse plano seguir e a gente expandir a produção em todas as unidades do grupo. E a Copersucar vai atuar da mesma forma que atua com o açúcar, o etanol e a energia elétrica, comercializando esse produto em escala, o que é produzido pelas usinas”, informou Manzano.
“O biometano tem várias aplicações. Ele é produzido a partir de um resíduo do próprio processo da cana de açúcar, e tem aplicações para a substituição de óleo diesel, gás natural fóssil e também na geração de biofertilizantes. E tudo isso potencializa ainda mais a baixa pegada de carbono dos produtos originais, o açúcar e o etanol, que são produzidos pelas usinas. Então, a gente tem uma estratégia bastante agressiva de acelerar o desenvolvimento do mercado de biometano, porque a gente tem também várias aplicações imediatas dentro do próprio sistema com açúcar.”, explicou.
A meta é acelerar a transição de caminhões que hoje utilizam diesel para biometano, um movimento que se alinha às crescentes demandas por soluções sustentáveis no transporte e na agricultura.
“Somos um grande movimentador de cargas no Brasil. As usinas também são intensamente utilizadoras de mobilidade rodoviária para transporte dos seus produtos internamente do campo para as fábricas. Essa mobilidade também está baseada em diesel e pode ser utilizada para substituição por biometano”, justifica.
A Copersucar também está atenta às oportunidades no mercado de combustível sustentável de aviação (SAF). Manzano destacou que há duas rotas complementares para a produção do SAF: uma delas utiliza etanol e a outra, biometano. “O Brasil possui uma escala excepcional para produzir SAF a partir do etanol, e isso nos coloca em uma posição de destaque no cenário global”, ressalta Manzano destacando a iniciativa da companhia de desenvolver a construção de uma planta comercial, ainda no ano de 2025, para viabilizar a tecnologia de produção de SAF a partir do biometano.
Safra 2024/25
O presidente da Copersucar falou também sobre a possibilidade de encerramento antecipado da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil. Ele destacou que as condições climáticas deste ano têm sido severas, com longos períodos de seca e a combinação de baixa umidade, ventos fortes e altas temperaturas.
“Estamos bastante preocupados com o encerramento desta safra, mas principalmente com a próxima”, afirmou Manzano. Embora a colheita atual ainda esteja em andamento, ele alertou que o clima adverso pode ter impactos significativos no rendimento futuro”, disse. Manzano acredita que a safra deste ano será menor e terminará mais cedo do que no ano passado.
“Na nossa visão, devemos viver um encerramento antecipado da safra e, quanto à próxima, ainda é muito cedo para estimar, mas existe uma grande probabilidade de que ela comece mais tarde, resultando em uma entressafra mais longa”, concluiu.