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Usinas já estão fixando açúcar da safra 2022/2023

A afirmação é da Archer Consulting  

A alta do dólar tem favorecido as usinas nas fixações do preço do açúcar para exportação para esta temporada e também para as duas safras seguintes. Na sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5.8540 e a bolsa de NY fechou com o vencimento em julho/2020 a 10.38 centavos de dólar por libra-peso, praticamente mesmo valor do fechamento da semana retrasada. No entanto, de acordo com relatório da Archer Consulting, a queda foi maior conforme mais extenso foi o vencimento, o que indica que ocorreu uma pressão dos contratos com vencimento mais longo refletindo uma provável busca por hedge de venda por parte do Centro-Sul devido ao câmbio.

“Algumas usinas, que já aumentaram o volume de açúcar fixado para a próxima safra 2021/22, estão começando a fixar também o açúcar para exportação da safra 2022/2023, aproveitando a rentabilidade favorável proporcionada pela volatilidade do câmbio”, afirmou Arnaldo Luiz Corrêa, sócio-diretor da Archer Consulting. Segundo ele, os valores que as usinas estão obtendo nas fixações dos açúcares de exportação para as próximas duas safras, vendendo contratos futuros em NY e fazendo operações de NDF para travar o câmbio, produzem um bom retorno se comparado com o custo de produção das empresas mais eficientes do setor.

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De acordo com a consultoria, as usinas devem ter um custo médio de produção do adoçante equivalente a R$ 1,100 por tonelada FOB Santos. Com fixações em média de R$ 1,450 por tonelada para a safra 2021/22 e R$ 1,452 para a safra 2022/23, ambos trazidos para valor presente, descontada a SELIC.

O relatório mostra que desde que se intensificou a depreciação do real, no final de fevereiro, a posição em aberto dos contratos futuros correspondentes à safra 2021/22 cresceu 56%. “No mesmo período, a posição para a safra 2022/23 subiu mais de 200%. Em números absolutos a primeira cresceu em quase 3 milhões de toneladas de açúcar equivalente e a segunda perto de 750 mil toneladas. Não necessariamente esses volumes significam fixação, mas pelo menos mostram a magnitude da movimentação que tem havido desde então”, ressalta.

Quanto aos combustíveis, a consultoria, como outros especialistas acreditam que a pior queda no consumo, já passou, resta saber por quanto tempo mais o isolamento social irá durar. E ressalta que outros países, como a Índia, que tem excesso de disponibilidade de açúcar, já pensa em produzir etanol, motivo de alerta. “A queda no consumo diminui o ritmo das vendas de açúcar afetando os produtores de cana que começam a sentir o atraso no pagamento da matéria-prima por parte das usinas. Aqui, como lá, as dificuldades são enormes”, observa Corrêa.

A Archer Consulting destaca ainda que o Brasil exportou 19.3 milhões de toneladas de açúcar no período de doze meses compreendidos entre maio de 2019 e abril de 2020, o que representa uma ligeira queda de 4% em relação ao mesmo período anterior. Com o etanol, a trajetória foi inversa e a exportação foi de 1.95 bilhão de litros volume 14.6% acima do que foi registrado no mesmo período do ano passado.

 

 

 

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