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Usinas expandem produção de açúcar e oferta de álcool

A redução das barreiras comerciais internacionais contra o açúcar e a crescente demanda por combustíveis alternativos estão exigindo grandes investimentos no setor sucroalcooleiro. A Cosan, a maior produtora de açúcar e álcool do mundo, já investiu R$ 75 milhões na compra da Destilaria Vale do Tietê (Destivale), em Araçatuba (SP), além de destinar recursos ao Teas, terminal do Porto de Santos por onde passam as exportações de açúcar e álcool. O grupo J. Pessoa investiu R$ 80 milhões em uma nova usina, a ser inaugurada em maio 2006. O grupo pretende levantar ainda outras três novas plantas até 2010, com investimento total superior a R$ 200 milhões.

Já a Central Energética Vale do Sapucaí Ltda (Cevasa) planeja investir até R$ 70 milhões para entrar no mercado de açúcar em 2007. Hoje, toda a produção de cana é voltada para a fabricação de álcool. A intenção é passar da moagem atual de 1,2 milhão de toneladas para 1,6 milhão em 2007 e, em 2008, atingir 2 milhões de toneladas, o que significaria um aumento de quase 70% em três anos.

Na usina Itamarati, o plano é investir cerca de US$ 30 milhões nos próximos cinco anos em sua unidade no Mato Grosso. O objetivo é aumentar a produtividade da cana e voltar a ter uma produção capaz de sustentar a capacidade de moagem instalada da usina, no estado, de 7,5 milhões toneladas.

Resultados positivos

Rubens Ometto Mello, diretor presidente da Cosan, afirma que o objetivo da empresa é continuar crescendo. “O setor de açúcar e álcool é dinâmico e estamos trabalhando para abastecer o mercado interno e externo”, afirma ele. Para a Cosan, os investimentos devem ser feitos na cultura canavieira brasileira. “O Brasil produz o açúcar mais barato do mundo e, mesmo com a desvalorização do câmbio, os resultados continuam positivos”, avalia o presidente da empresa.

A Cosan acredita também que o álcool deverá se destacar no mercado internacional. “Estamos desenvolvendo o primeiro alcooduto do Brasil”, conta Ometto. Segundo ele, o projeto reúne os grandes fabricantes — Cosan e Copersucar, entre outros, além da Petrobras — e deverá estar funcionando até 2007. “Neste instante, estamos procurando mais espaço no mercado internacional para o álcool”, explica o presidente da Cosan. Outro fator que está impulsionando as vendas de álcool no Brasil é a crescente produção dos carros flex fuel (que utilizam dois tipos de combustível) no mercado, o que deverá significar um crescimento de vendas de cerca de dois bilhões de litros por ano.

Mais investimentos

A situação se mostra muito promissora para o diretor do Grupo J. Pessoa , Fernando Perri, que também é o diretor da Associação de Usinas e Destilarias do Oeste de São Paulo (UDOP). Segundo ele, o preço do açúcar há muitos anos não chegava a doze centavos por libra-peso, como na última semana. Perri diz que a média dos preços dos últimos cinco anos foi de cerca de seis ou sete centavos por libra-peso.

O planos de crescimento já estão traçados pelas usinas sucroalcooleiras nacionais até o fim da década. O executivo da J.Pessoa afirma que os investimentos deverão ficar concentrados em novas usinas. “O álcool também tem um mercado potencial muito grande; não há muito o que fazer no curto prazo, o mercado está praticamente definido até 2010. Quem pode, hoje investe em novas usinas. Com a conclusão dos projetos, a atual moagem de 7 milhões de toneladas de cana do grupo deve passar para 10 milhões de toneladas e a produção atual de 450 mil toneladas de açúcar e 400 milhões de litros de álcool deve avançar em escala proporcional ao aumento da matéria-prima disponível.”

Exterior

O Brasil propôs a construção de uma usina para a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar na ilha caribenha da Jamaica. Dessa forma, o combustível poderá ser exportado para os Estados Unidos sem pagar impostos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereceu-se para financiar a Coimex Trading Co. , a maior exportadora de commodities brasileira, e a Aracatu, uma produtora brasileira de açúcar, na construção de uma destilaria de etanol e na realização de investimentos no setor açucareiro estatal da Jamaica. O Brasil quer construir a usina para produção de etanol na Jamaica. “ Assim, as duas empresas brasileiras poderiam ter acesso ao mercado norte-americano se produzissem etanol na Jamaica”, afirmou Paulo Wrobel, consultor comercial da Embaixada Brasileira em Londres.

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