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Usinas estão quase no limite

Com o aumento da frota bicombustíveis no Brasil, as usinas de álcool estarão utilizando toda a sua capacidade instalada de produção em dois anos. A previsão é do diretor da consultoria Bioagência, de São Paulo, Tarcilo Ricardo Rodrigues. Segundo ele, atualmente as usinas brasileiras têm capacidade de produzir cerca de 20 bilhões de litros de álcool, mas este ano devem produzir cerca de 18 bilhões de litros.

De acordo com o consultor, se os atuais níveis de demanda dos veículos flex fuel forem mantidos até o fim da safra 2005/2006, o uso de álcool pela frota nacional vai aumentar em 1 bilhão de litros. Ele observa que a demanda interna de combustível ainda será por algum tempo o principal balizador da produção. O mercado internacional de álcool ainda não começou. O grande crescimento das exportações nos últimos anos foi basicamente de álcool industrial, que está concorrendo com alguns derivados do petróleo, afirmou.

Na safra 2004/2005, o Brasil exportou 2,5 bilhões de litros de álcool, dos quais 1,5 bilhão foram de álcool industrial. Rodrigues considera que o mercado internacional ainda sofre muita interferência de questões políticas, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos. Para ele, é muito difícil prever quando o mercado começará a ser desenvolvido. O consultor exemplifica a precocidade desse mercado com o contrato de etanol na Nybot, Bolsa de Nova York, que ainda não deslanchou. Acho que o lançamento foi precipitado. Temos apenas um player no mercado mundial. No longo prazo, porém, o potencial das exportações de álcool combustível é muito grande.

O analista observa ainda que o aumento das vendas de carros flex fuel flexibilizaram o consumo, criando mais um fator de risco para o planejamento das usinas.

Agora, o uso do álcool depende diretamente do preço da gasolina. Rodrigues disse que o desafio é manter o preço do álcool em até 70% do preço da gasolina. Acima disso, o combustível perde mercado.

LEVANTAMENTO DA COLHEITA

Na última segunda-feira, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu primeiro levantamento para a safra de canade-açúcar. A estimativa aponta produção de 450,2 milhões de toneladas. A indústria sucroalcooleira vai absorver 401,3 milhões de toneladas de cana, das quais 218,7 milhões de toneladas utilizadas no processamento para produção de açúcar, estimada pela Conab em 27,2 milhões de toneladas.

Outros 182,8 milhões de toneladas de cana serão destinados à produção de álcool (hidratado, anidro e neutro), que deve atingir 17,5 bilhões de litros do combustível.

O restante, 48,7 milhões de toneladas de cana, será aplicado para outros fins, como a produção de cachaça, rapadura e ração animal.

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