A recorrência do combate a incêndios em usinas sucroenergéticas implicou na criação de departamentos internos e campanhas entre usinas para mitigar os prejuízos causados pelo fogo.
Recentemente a Usina Tropical, da British Petrol, localizada em Edéia (GO) foi assolada por um incêndio com enormes proporções. O fogo se espalhou pelo canavial, danificando máquinas e equipamentos.
Medidas
Unidades agroindustriais do setor de cana-de-açúcar não foram planejadas com a inclusão de prevenção a este tipo de acidente.
“A maioria das plantas industriais do setor já são um problema, pois são antigas e foram crescendo conforme a quantidade de cana processada foi aumentando através dos anos. Equipamentos novos ou redimensionados muitas vezes são instalados onde existe espaço, não necessariamente onde seria o melhor local, visando a otimização dos processos e principalmente quanto à segurança da planta”, explica Celso Bonfante, diretor da Socius Facilities.
O problema estrutural não impede a criação de ações para mitigar as ocorrências e danos de incêndios. Usinas devem implementar medidas que preparem a empresa e seus colaboradores para eventuais ocorrências. Bonfante desta cinco ações:
- Brigada de combate à incêndio bem estruturada, treinada e valorizada;
- Sistema de combate à incêndio com rede pressurizada;
- Treinamento periódico de evacuação de área, envolvendo todos os colaboradores da planta, não somente a indústria;
- Planejamento de áreas verdes, evitando a proximidade das áreas de riscos (destilaria por exemplo);
- Planejamento do plantio da cana no perímetro da planta industrial, visando sua colheita antes do período de seca, entre outras.
“Essas medidas servem para mitigar os eventos e seus impactos, por mais recursos, equipamentos e sistemas disponíveis, riscos sempre existiram”, aponta o diretor.
Prevenção
Segundo Celso não existe um procedimento padrão para todas as usinas, os riscos de cada empresa devem ser analisados individualmente. Trabalhos de prevenção devem ser direcionados respeitando a cultura de gestão e financeira.
“Investimentos feitos na prevenção de acidentes como este não podem ser tratados como despesas. Os verdadeiros custos são refletidos em perdas materiais e acidentes quando não houve anteriormente planos preventivos”, conclui Bonfante.