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Usinas do setor sucroalcooleiro trabalham com prejuízos no Paraná

O setor sucroalcooleiro do Paraná vive um momento ruim e a crise financeira mundial só não afetou as usinas paranaenses de forma irremediável porque parte delas não embarcou na euforia de meses atrás e conseguiu manter suas contas equilibradas. Já quem apostou no futuro está pagando o preço pela ousadia, atesta a Associação de Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar). As informações partem da Folha de Londrina, conforme noticiou a Brasil Agro.

O presidente da Alcopar, Anísio Tomena, afirmou que as empresas que não vinham com saúde financeira caminham na beira do precipício. A dificuldade tem origem na falta de liquidez, porque as exportações ficaram prejudicadas com o aprofundamento da crise.

– De maneira geral, está todo mundo apertado, mas não é ainda uma situação insolúvel. Os que tinham dívidas, que captaram recursos antecipados ou que investiram no longo prazo estão com dificuldades. Umas quatro ou cinco usinas estão trabalhando ainda porque têm cana e precisam de recursos – observou Tomena.

Ele apontou que a falta de dinheiro na praça já provocou a paralisação de alguns investimentos. Nem mesmo os empréstimos oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em outubro do ano passado surtiram efeito para as usinas paranaenses.

Conforme Tomena, cerca de R$ 1,8 bilhão já havia sido “carimbado” para três grandes grupos do setor fora do Estado. Outros R$ 6 bilhões que não eram exclusivos para os usineiros não foram atrativos, principalmente por causa dos juros entre 20% e 25% ao ano.

A dificuldade gerou até uma carta do diretor presidente da Usina de Açúcar e Álcool Bandeirantes (Usiban), Daniel Meneghel, dirigida na última terça, dia 13, ao Congresso Nacional e à ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Estamos em meio a uma grave crise de escassez de recursos, que persistindo, levará as usinas, salvos raros casos, a suspenderem suas atividades, com dispensa de milhares de trabalhadores e abrupta e significativa diminuição na arrecadação de tributos”, escreveu o empresário.

Para amenizar o problema, ele sugeriu que a Petrobrás aumentasse a compra de álcool para formação de estoque regulador e pagasse antecipadamente pelo produto. Esse sistema, segundo Meneghel, já seria adotado pela estatal com outros fornecedores.

Tomena comentou que Meneghel expressou sua opinião na carta e que a crise no Paraná ainda não provocou a quebra de nenhuma usina, como ocorreu em São Paulo. Por outro lado, o presidente da Alcopar reforçou que o primeiro semestre deste ano “ainda ser de muita dificuldade”.

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