As unidades produtoras das regiões Norte e Nordeste do País finalizam a safra 2019/20 com moagem acima de 51 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
“Deveremos chegar a 51,6 milhões de toneladas processadas”, projeta Renato Cunha em entrevista ao JornalCana.
Ele preside a Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bionergia (NovaBio) e o Sindaçúcar-PE, entidade representativa do setor sucroenergético em Pernambuco.
Confira a entrevista de Renato Cunha:
As usinas do Norte e Nordeste fazem uma safra robusta?
Renato Cunha – As unidades das regiões Norte e Nordeste devem chegar a 51,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas.
Trata-se de moagem acima da safra anterior?
Renato Cunha – Sim. Na safra 18/19 as unidades das regiões moeram 47,7 milhões de toneladas.
Sendo assim, a moagem da 19/20 supera a da temporada anterior em 8,2%. Como fica a safra em Pernambuco?
Renato Cunha – Em Pernambuco a moagem deve atingir 12,580 milhões de toneladas. Os números deverão ser ajustados nesta segunda quinzena de janeiro. Na 18/19 foram 11,4 milhões de toneladas.
Como fica o destino da cana da 19/20 em Pernambuco?
Renato Cunha – Deveremos produzir 880 mil toneladas de açúcar e cerca de 410 milhões de litros de etanol na safra em andamento.
E também deveremos destinar umas 300 mil toneladas de cana para fabricação de aguardente.
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Como deve ficar a produção no Norte e Nordeste
E como deve ficar a produção de açúcar e de etanol no Norte e no Nordeste?
Renato Cunha – A partir das 51,6 milhões de toneladas devem ser produzidas 2,6 milhões de toneladas métricas de açúcar e em torno de 2,4 bilhões de litros de etanol.
Do total de etanol, 800 milhões de litros são de anidro e 1,6 bilhão de litros de hidratado.
Como o setor do Norte e Nordeste se prepara para a próxima temporada, a 2020/21?
Renato Cunha – Estamos perseguindo aumentos de investimentos em irrigação de canaviais e nos processos tecnológicos da Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio.
Há unidades produtoras das regiões em fase de processo de certificação no RenovaBio?
Renato Cunha – Sim. As certificações estão em franco andamento.
Como o senhor avalia o mercado internacional para os produtos sucroenergéticos brasileiros?
Renato Cunha – Como performadores oficiais das cotas de açúcar do Brasil, estamos mantendo acompanhamento, assim como ação contínua no processo de desfechos do acordo Mercosul e União Européia.
Existem outras iniciativas com foco internacional?
Renato Cunha – Sim. Também acompanhamos bem de perto a agenda do Brexit.
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Venda direta de etanol
O sr. é um dos protagonistas da campanha e do projeto para a venda direta de etanol pelas unidades. Como essa proposta entra em 2020?
Renato Cunha – A venda direta de etanol hidratado é uma alternativa à venda por distribuidoras e tem uma perspectiva de adequada consistência.
A proposta deve ser vista como mais um mecanismo de disrupção de melhores ofertas ao consumidor.
Isso ainda mais em um cenário nervoso no mundo do petróleo, notadamente com as distâncias menores entre usinas e postos no litoral da nossa região.
São distâncias que favorecem nossa entrega de etanol como produto final também no RenovaBio, que inclusive prevê redutores [de notas de eficiência em usinas] para as distâncias maiores como escoamento por transporte a diesel.
Retomada rende prêmio
Baseado neste aumento significativo na eficiência produtiva agrícola e industrial, os principais grupos, usinas e entidades responsáveis por essa retomada serão reconhecidos na noite de 6 de fevereiro durante o Prêmio MasterCana Nordeste 2019/20. Com apenas 200 convidados VIPs, o jantar e cerimônia de premiação será realizado na prestigiada Spettus Steak House, em Boa Viagem, Recife (PE).
Saiba como participar, clicando aqui.