Mercado

Usinas discutem ações para enxugar mercado de álcool

Com o preço do álcool hidratado abaixo do custo de produção, usineiros articulam ações para enxugar o mercado do combustível. Hoje o custo do litro do hidratado para as usinas seria de R$ 0,65, mas o combustível foi negociado, na semana passada, em média, a R$ 0,6392 nas usinas paulistas, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).

Entre as medidas avaliadas está a restrição, pelas destilarias, da oferta do combustível. Mas a proposta esbarra na venda desenfreada de etanol por algumas unidades que precisam de capital de giro, justamente o motivo apontado para a queda do preço. Há pelo menos uma semana, após a reunião plenária da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), em São Paulo, outras ações são estudadas pelos usineiros, até para evitar que “a situação desesperadora se transforme em quebra de usinas”, como disseram à reportagem fontes que estiveram no encontro.

Uma saída para a retirada de álcool do mercado seria a compra do combustível dessas unidades que precisam de capital imediato, por parte de grandes e capitalizados grupos do setor. Com isso, imaginam os usineiros, haveria a redução da oferta às distribuidoras e o preço reagiria naturalmente. A operação seria como um “hedge físico”, com o escoamento mais lento, tanto no mercado interno como no externo, desse álcool negociado.

Ao contrário da safra passada, as instituições financeiras teriam restringido os créditos aos quais os usineiros poderiam utilizar como um capital de giro que possibilitasse a retenção do álcool. Muitas usinas então passaram a vender o álcool a preços baixos para honrarem seus compromissos imediatos e forçaram ainda mais o recuo nos preços, principalmente do hidratado, utilizado nos carros a álcool nos flex fuel.

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