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Usinas devem ganhar em produtividade

Mesmo com a proibição da queima da cana, não há nenhum tipo de sinalização de que a agroindústria sucroalcooleira pretenda diminuir a produção de matéria-prima na microrregião de Jaú. Para o procurador do Trabalho Luís Henrique Rafael, do Ministério Público do Trabalho (MPT), as usinas devem ganhar no aumento da produtividade com a proibição da queima da palha da cana-de-açúcar.

“A cana verde gera muito mais suco do que a cana queimada, que perde suco. Eles vão ter ganho na produtividade e na quantidade de melaço, de suco, que sai da cana verde”, diz. “O que vai mudar é o cronograma de produtividade da usina”, completa.

O aumento no número de vagas para trabalhadores na colheita da cana também é apontado como um suposto fator resultante da proibição da queima da palha da cana. “Porque vai ter que ter mais trabalhador para cortar o mesmo volume de cana em tonelada que as usinas estão acostumadas a receber”, acredita Rafael.

Francisco Paulo Brandão, presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú (Associcana), no entanto, contesta esta afirmação.

“Não há gente suficiente. Hoje vêm trabalhadores de outras regiões, de outros Estados para completar o quadro de trabalhadores daqui da nossa região, do Estado de São Paulo”, diz Brandão.

“O problema aí é de custo. O usineiro alega que se parar a queimada vai ter desemprego, porque não teria mão-de-obra suficiente. Ao contrário, vai gerar mais empregos”, rebate Rafael. “Porque vai ter que ter mais trabalhador para cortar o mesmo volume de cana em tonelada que as usinas estão acostumadas a receber”, completa.

Com relação ao ganho dos trabalhadores, que poderia ser reduzido caso a produtividade caísse, o procurador lembra que os cortadores são forçados a aumentar a produtividade sem que a remuneração acompanhe ao aumento do trabalho.

“O trabalhador cortava em média 6 toneladas por dia nos anos 80 e hoje colhe em média 12 toneladas, e ganha a mesma coisa. O critério de renumeração do trabalhador vem sendo imposto porque os sindicatos são fracos, o piso é baixo e a forma de calcular a produção também é uma forma que lesa o trabalhador”, acredita.

Reunião

Hoje, às 11h, um grupo de produtores da região de Jaú pretendem se reunir com o governador José Serra (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes (PSDB) para assinar um protocolo com o Estado, entre a Secretaria do Meio Ambiente e o Ibama, para que o acordo sobre o fim da queima para 2014 seja revigorado.

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