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Usinas descobrem o baixo custo da hidrovia

As fábricas de açúcar ampliam o uso dos 2,4 mil quilômetros de vias fluviais da Hidrovia Tietê-Paraná. O objetivo principal é obter redução de custos e ganho de logística na comparação com modais convencionais. Estima-se que o investimento do transporte por hidrovias chega a ser 36% inferior ao frete rodoviário, que ainda responde por 60% das cargas transportadas no país.

Pelo menos cinco unidades produtoras já utilizam regularmente a Tietê-Paraná, enquanto outras cinco companhias testaram ou se preparam para usar o modal. A Agroindustrial Vale do Turvo, fábrica do grupo alagoano Eldorado localizada em Firminópolis – GO –, é uma das que poderão usufruir da Tietê-Paraná, por estar localizada a 180 quilômetros de São Simão, na porta da hidrovia, e poder viabilizar a estréia da companhia no mercado internacional através do Porto de Santos.

O transporte atual de açúcar pela hidrovia é mínimo, perto do potencial da capacidade nominal de 20 a 25 milhões de toneladas anuais. Até o final do ano, deverá ser transportado 1,2 milhão de toneladas entre soja, óleo vegetal e cana-de-açúcar. O montante supera em 20% o volume transportado em 2001.

A Sartco, empresa do grupo americano ADM, testou o transporte de três mil toneladas de açúcar, em dois recentes embarques em percurso de 780 quilômetros, entre as cidades de São Simão e Anhembi – SP. O resultado foi favorável, com a apurada diminuição de custos entre 3% a 8% em relação ao sistema rodoviário. Incentivada, a coligada prepara-se para novos embarques. A estratégia da empresa do Grupo ADM – um dos maiores exportadores de grãos do País – apenas reforça a viabilidade da Hidrovia Tietê-Paraná como pólo de interligação de cargas de exportação com modais ferroviários e rodoviários a caminho do Porto de Santos.

“A hidrovia é hoje um componente, integra a visão da logística multimodal competitiva”, diz Carlos Roberto Silvestrin, diretor executivo da Agência de Desenvolvimento Tietê Paraná – ADTP -, empresa focada também na gestão de projetos na hidrovia.

Segundo o executivo, “a Tietê-Paraná não pode ser vista como sistema barranco a barranco, mas como parte de sistema de logística”. Além disso, observa, a hidrovia “é amiga do meio ambiente: cada comboio, com dois motores, transporta o equivalente a 100 carretas”.

Entre os técnicos da área, o transporte de açúcar só não cresce mais devido às próprias condições do modal. Ações naturais como seca – que promove a redução de águas e, assim, a navegabilidade – são um problema extra.

O governo do estado de São Paulo, conforme recente comunicado, pretende continuar investindo. Para 2003, o projeto do orçamento prevê aporte de R$ 29 milhões, apenas R$ 1 milhão a menos do que foi investido pelos cofres públicos estaduais ao longo deste ano.

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