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Usinas defendem mistura de biodiesel a 20%

O governo e o setor do biodiesel ainda não chegaram a um acordo sobre o aumento da mistura de biodiesel ao diesel até 2020. Enquanto o setor propõe que a mistura – atualmente em 5% – atinja 20% até o fim da década, o governo acena com adição de apenas 10%. A informação é do presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Erasmo Batistella, que participou ontem da 8.ª Conferência Internacional BiodieselBR, em São Paulo.

Segundo ele, o setor quer que o novo marco regulatório do setor já contemple a mistura de 20% para que não seja necessária a elaboração de um novo marco em menos de sete anos. “Já temos capacidade instalada para os 10% hoje, e podemos elevar a mistura de forma gradual. Se o novo marco definir a mistura como 10% para 2020, caso ocorra um aumento de demanda antecipada, teremos de realizar um novo marco em pouco tempo”, explicou Batistella.

O executivo afirma que, hoje, a cadeia do biodiesel agrega R$ 11,8 bilhões ao produto interno bruto (PIB) brasileiro com o B5 (5% de biodiesel misturado ao diesel). Com o B7 (mistura de 7%), essa contribuição seria de R$ 13,5 bilhões, aumentando para R$ 20,7 bilhões com o B10. “Já com o B20, R$ 49,3 bilhões seriam agregados ao PIB vindo do biodiesel”, disse.

Batistella explicou que o governo promete que o novo marco regulatório ficará pronto ainda para 2012. No entanto, existem ainda várias questões a serem definidas, como a da mistura, da possibilidade de exportar biodiesel e também a do fundo de investimentos que o governo quer criar para arrecadar recursos das empresas.

Investimentos. Analistas, no entanto, afirmam que, sem uma política de governo clara, o setor de biocombustíveis não vai conseguir atrair investimentos necessários nem para a produção de biodiesel nem para o etanol.

O presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, diz que os investidores precisam de previsibilidade para investir. Segundo ele, desde a descoberta do pré-sal, o governo praticamente abandonou a política para biocombustíveis diante da premissa de que rapidamente o Brasil estaria produzindo muito petróleo.

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