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Usinas da Índia devem ter ‘farta safra’ de açúcar, aponta INTL FCStone

Déficit mundial fica em 0,3 milhão de tonelada, prevê consultoria

 

Ao invés da forte redução que era esperada na fabricação de açúcar, é possível que usinas indianas registrem outra farta safra em 2018/19. Esse contexto é guiado pelos dois principais estados produtores do país asiático: Uttar Pradesh e Maharashtra, avalia a INTL FCStone em nova revisão de safra divulgada para o mercado sucroenergético.

Segundo a consultoria, a disponibilidade global de açúcar no ciclo corrente deve continuar apresentando queda em relação ao anterior, mas a fabricação do adoçante na Índia deve, novamente, surpreender o mercado, limitando o aperto no balanço de oferta e demanda.

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De acordo com os novos cálculos, o déficit mundial produtivo de 2018/19 deve se consolidar em 0,3 milhão de toneladas (valor bruto) de açúcar, contra 0,7 milhão de toneladas, divulgado em janeiro/19 pelo grupo.

A produção total deve atingir 185,7 milhões de toneladas (valor bruto), crescimento de 0,4% em relação à revisão de janeiro, mas 3,3% abaixo de 2017/18. A projeção de consumo de açúcar é de 186,0 milhões de toneladas (valor bruto), 1,2% acima do ciclo anterior.

Peso sobre as perspectivas

No Brasil, o fraco desempenho das cotações do açúcar em relação ao petróleo voltaram a pesar sobre as perspectivas de fabricação do adoçante. Nos últimos dois meses, a valorização do açúcar no mercado internacional ocorreu de forma mais tímida do que esperado anteriormente.

Durante grande parte deste período, o contrato contínuo do #11 oscilou entre os US¢ 12,50/lb e os US¢ 13/lb; enquanto o petróleo se valorizou em mais de 30% no mercado internacional desde o começo do ano.

Este cenário manteve a atratividade da produção de etanol por unidades produtoras do cinturão canavieiro brasileiro – cuja remuneração equivalente ficou acima do açúcar durante grande parte de 2019. Neste sentido, a INTL FCStone considera que o mix produtivo das usinas será mais alcooleiro do que era previamente estimado em 2019.

“Além da demanda aquecida por etanol, as volumosas chuvas observadas no Centro-Sul entre fevereiro e março pressionaram o ATR da cana. Este cenário tende a estimular as usinas a direcionarem maior parcela da matéria-prima para a destilação de álcool no início da safra.”, explica o analista de mercado do grupo, Matheus Costa.

Dada a flexibilidade industrial das unidades sucroalcooleiras do Brasil, torna-se necessário destacar que a dinâmica de preço açúcar/etanol pode rapidamente se alterar – modificando, assim, o mix produtivo das empresas.

“Caso o açúcar consiga registrar valorização expressiva nos próximos meses, é possível que o Centro-Sul amplie a disponibilidade global de adoçante, sustentando o balanço de oferta e demanda”, aponta Costa.

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