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Usinas contratam menos para corte de cana

Usinas contratam menos para corte de cana

Apesar do início da safra de cana-de-açúcar na região de Jaú, trabalhadores rurais estão angustiados. A contratação para o serviço neste ano diminuiu e muitos lavradores, sobretudo do Distrito de Potunduva, estão desempregados. Não é possível estimar de quanto foi a queda, uma vez que a safra está em curso, mas a derrubada nos empregos é percebida pelo menos desde 2011 na região Centro-Sul do País (veja quadro).

Fatores conjunturais e um elemento específico contribuíram para este cenário. Além da sequência de safras de saldo negativo, por causa da seca ou da falta de estímulo para o etanol, a mecanização substituiu boa parte dos homens e mulheres que atuavam na lavoura. Desde 2014, vigora o protocolo agroambiental, que proíbe a queima da palha da cana – delegando às máquinas a tarefa de executar a colheita (leia texto).

Em Jaú, que já teve mais de 10 mil trabalhadores rurais registrados em meados da década de 90, há hoje em torno de 800 funcionários regulares em propriedades rurais e usinas. “A diminuição dos postos de trabalho começou de 2000 para cá”, diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaú, José Luiz Stefanin Júnior.

Segundo ele, entre os fatores que contribuíram para a diminuição estão o impedimento do contrato temporário e do corte terceirizado, mediado por meio de “gatos”, que eram campos propensos para o trabalho similar ao escravo. “Hoje, o trabalhador não pode ficar um segundo em campo sem carteira assinada. Muitos fornecedores não conseguiram acompanhar isso”, explica.

O Comércio conversou com moradores do Distrito de Potunduva, que estão apreensivos. Muitos não foram chamados para a nova safra e buscam oportunidade de emprego em outras frentes. Outros relatam que a maior usina do Município estaria “aproveitando” efetivo de Barra Bonita (leia texto).

Previsível

O diretor técnico da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) de Jaú, João André Miranda de Almeida Prado, lembra que uma colheitadeira de cana tem capacidade de substituir 80 pessoas. Como o protocolo foi firmado em 2007, o esvaziamento nos postos de trabalho já era esperado.

Embora não seja compulsória, a mecanização também chegou a outras lavouras, como a do café e dos cereais. “A crise econômica também afeta a agricultura, mas este já é um ponto difícil de mensurar”, avalia.

Fonte: (Comércio do Jahu)

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