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Usinas avisam que…

O presidente da Unica conta que não saiu satisfeito da reunião do dia 11 de janeiro com o governo federal em que o setor assumiu o compromisso de adotar o preço máximo de R$ 1,05 por litro de álcool combustível – anidro e hidratado. “Não gostamos de nada que lembre controle de preços. O mercado é livre. Vamos garantir o preço porque acreditamos que as pressões da última semana são o pico do que pode acontecer”, diz, ressaltando que os preços do álcool costumam cair a partir de meados de janeiro. Segundo o Cepea, o preço médio do álcool anidro era de R$ 1,084 por litro em São Paulo na semana de 2 a 6 de janeiro de 2006.

Considerando-se impostos e margens das distribuidoras, o álcool hidratado não poderia ser vendido na bomba acima de R$ 1,6, segundo Carvalho, com o teto de R$ 1,05 por litro nas usinas. Ele destaca que o setor é o maior interessado em que o álcool seja competitivo com a gasolina e que espera que o governo estabeleça mecanismos para garantir que não haja volatilidade de preços como atualmente. Segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, o preço de R$ 0,8 por litro remunera a atividade. Sobre a possibilidade de o País importar álcool com tarifa zero, Carvalho afirma que o setor é competitivo na produção do combustível, com custo inferior ao dos Estados Unidos, em que o valor supera US$ 0,35/litro.

Padua diz que em dezembro foi vendido 1,35 bilhão de litros, 35% a mais que no mesmo mês do ano anterior e 5,4% acima da previsão de vendas para o mês. Segundo Carvalho, parte do crescimento deve-se à antecipação das compras dos distribuidoras, devido à decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de uso obrigatório de corante no álcool anidro para controle da sonegação de impostos, e da restrição em São Paulo de vendas do produto a distribuidoras que tenham comprado gasolina. Para ele, a atual crise do álcool não deverá prejudicar as vendas de carros bicombustíveis.

Em 2005, a produção de álcool cresceu 5,9%, para 14,4 bilhões de litros. O volume estimado de venda para o mercado interno deve aumentar 8,4% na safra, para 13,4 bilhões de litros, mas o volume exportado cairá 5,2%, para 1,850 bilhão de litros. Carvalho ressalta que o setor fatura US$ 20 bilhões por ano e que mais de 50 usinas estão em construção. Segundo Padua, 12 usinas começarão a operar este ano, moendo 6 milhões de toneladas. Em 2007, será a vez de 25 unidades e em 2008, de 14. A capacidade total das usinas será de 100 milhões de toneladas.

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