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Usinas alagoanas produzirão 12% a mais de álcool

Os usinas alagoanas deverão produzir mais de 100 milhões de litros de álcool, o equivalente a um aumento de 12% na próxima safra 2005/2006. A previsão é do empresário da Usina Santo Antônio, José Carlos Maranhão, com base na expansão das vendas dos veículos bicombustíveis no Brasil e da própria tendência mundial em utilizar um combustível mais estável que o petróleo e com a vantagem de não poluir o meio ambiente.

O aumento na produção de álcool é uma tendência nacional. “Os carros bicombustíveis são um sucesso de mercado graças ao avanço tecnológico empreendido. Se aqui o preço do álcool equivale a 70% do preço da gasolina, em São Paulo, onde o custo de produção é menor, o preço do álcool é metade do preço da gasolina, sendo uma grande vantagem o veículo bicombustível”, afirma José Carlos Maranhão. Esse fator de mercado leva o setor sucroalcooleiro a rever o percentual da produção de cana que está sendo transformado em álcool ou açúcar. A expectativa é que a safra 2005/2006 seja a maior na produção alcooleira desde a safra 1999/2000, em todo o País.

De acordo com dados apresentados pela Associação Nacional dos Fabrincantes de Veículos Automotores (Anfavea), no mês de junho foram vendidos 71.260 carros bicombustíveis, o equivalente a mais da metade de todos os carros novos vendidos: 51,9%. Em todo o primeiro semestre de 2005, foram comercializados 302.435 veículos, 39,5% de todos os carros novos vendidos. O aumento foi de 152,4% se comparado com o primeiro semestre de 2004, quando foram vendidos 102.069 unidades. O consultor especializado no setor sucroalcooleiro, Plínio Nastari prevê que uma maior produção de álcool vai reduzir a oferta excedente de açúcar para exportação. Dessa forma, as exportações de açúcar deverão ficar estáveis em relação à safra passada, uma vez que toda a expansão produtiva se destinará para álcool.

Segundo o doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cícero Péricles, a assinatura do Protocolo de Kyoto, que limita a emissão de gases poluentes no planeta, é favorável à demanda externa para o álcool combustível. “É um combustível limpo e renovável”, afirma o economista.

Segundo Cícero Péricles, a Petrobras prevê para o ano 2010, a venda de 40 bilhões de litros de álcool em todo o mundo. “O Brasil é um dos grandes exportadores, assim como o Nordeste que deverá vender um bilhão de litros de álcool em 2010”, afirma o economista. Outro aspecto econômico importante é que não há previsões de baixa para o preço do petróleo. Assim, se a diferença do preço do álcool de até 35% já viabiliza a produção, imagine um preço de mercado com uma diferença de 60% gasolina. “A Petrobras entrou na comercialização externa de álcool e está exportando para a Venezuela. Isso é bom para o Brasil”, comenta Cícero Péricles. Outro fator destacado pelo economista é o carro bicombustível.

Por outro lado, à medida que se produz mais álcool em detrimento à produção de açúcar, o preço do açúcar tende a subir. Nos dois casos, o mercado é promissor para o setor sucroalcooleiro. (Fonte: Tribuna de Alagoas)

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