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Usina Vale do Ivaí perde Jayme Watt Longo, em 21 de dezembro

No último dia 21 de dezembro de 2008, faleceu na cidade de São Paulo o Sr. Jayme Watt Longo patriarca da Família Longo, controladora da Usina Vale do Ivaí.

Jayme Watt Longo se destacou pelo empreendedorismo e pelo que sempre soube cultivar: a terra e amigos, respeitando as pessoas e o meio ambiente. Ele nasceu em São Paulo, SP, em 27 de março de 1914.

Era o principal acionista da holding familiar Ivaí Administração e Participações S.A, que controla o grupo Vale do Ivaí S/A Açúcar e Álcool, com sede em São Pedro do Ivaí, PR. Foi presidente da Ivaí Administração e Participações, 1999-2000 e da Vale do Ivaí S.A. Açúcar e Álcool, 1983-1999. O grupo é uma sociedade de gestão profissionalizada que detém participação integral, ou expressiva, nas seguintes empresas: Ivaicana Agropecuária Ltda., Biovale Comércio de Leveduras Ltda., Biotecnologia do Paraná S/A, Ivaí Logística Ltda., PASA Operações Portuárias S/A, CPA Trading S/A e Álcool do Paraná Terminal Portuário S/A.

Desenvolvia particularmente na Fazenda Barbacena, em São Pedro do Ivaí, a seleção da raça bovina bonsmara. Era sócio-fundador da ABCB Associação Brasileira de Criadores de Bonsmara.

Jayme Watt Longo era casado com Olga Lunardelli Longo, e pai de 3 filhos: Carlos Alberto Longo, Eduardo Longo e George. Deixa cinco netos e 6 bisnetos.

Recebeu os títulos de Cidadão Honorário das cidades de São Pedro do Ivaí, PR, 1985; Paragominas, PA, 1989; Iretama, PR, 1990; Bela Vista do Paraíso, PR, 1991; Valparaíso, SP, 1997; Katuetê, Paraguai, 1998; e do Estado do Paraná, 2007

Foi homenageado e premiado por várias vezes: Produtor Modelo, conferido pelo Ministério da Agricultura (INCRA), 1982; recebeu o Troféu The Best AG Leilões, prêmio de melhor criador bonsmara do ano, conferido pela Revista AG Leilões, em parceria com a Sociedade Rural do Paraná, 2002; e o Prêmio Professor Jan Bonsma, conferido pela Associação Brasileira de Criadores de Bonsmara, 2003; recebeu o Título de Pioneiro da Agropecuária Paranaense, conferido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, PR, 2004; os títulos de Honra ao Mérito em homenagem ao Cidadão Pioneiro, conferido pela Câmara do Município de São Pedro do Ivaí, PR, 2005 e o de Cidadão Valparaisence ao Ex-Prefeito pelos relevantes serviços prestados à comunidade, conferido pela Câmara do Município de Valaparaiso, SP, 2006

Resumo das atividades de Jayme Watt Longo

De 1936 a 1944 dedicou-se às atividades agrícola, pecuária e comercial no interior do Estado de São Paulo. Cultivou café em Presidente Alves, Valparaíso e Flórida Paulista. Dedicou-se à criação e engorda de gado em Araçatuba, Valparaíso e Flórida Paulista. Foi proprietário de máquinas de beneficiar café, algodão e cereais em Taquaritinga, Bauru e Valparaíso. Em Santos, foi procurador do seu sogro, Geremia Lunardelli, em escritório de comercialização de café (comissária exportadora). Foi ainda, por um curto período, prefeito de Valparaíso, nomeado em 1939 pelo interventor Ademar de Barros. Em seu mandato fez chegar a energia elétrica até a cidade e retificou estradas-tronco da região.

No Norte do Estado do Paraná, a partir de 1945 exerceu trabalhos de abertura de fazendas, cultura de café e colonização de terras. No início da década de 1950 fundou a cidade de Iretama e colonizou aí 16.000 hectares de terra. Nessa ocasião, abriu, formou e administrou fazendas de café para a família de Geremia Lunardelli (falecido em 1962); em Bela Vista do Paraíso (Fazenda Cascata), Assaí (Fazenda Cachoeira), Astorga (Fazenda Crisciúma), Engenheiro Beltrão (Fazenda Chapadão) e São Pedro do Ivaí (Fazenda Barbacena).

A partir de 1965 investiu no Estado do Pará, dedicando-se a empreendimentos pioneiros de natureza agro-pastoril. Em Paragominas, chegou a deter 200 mil hectares de terra e a engordar 25 mil cabeças de gado. Estendeu, nessa época, as suas atividades de colonização e pecuária até o Mato Grosso, Goiás e Paraguai, onde fundou a cidade de Katuetê, município de Hernandárias, tendo loteado e colonizado nas cercanias 10 mil hectares de terra.

No Estado do Paraná, a partir de 1975, devido à ocorrência de fortes geadas migrou da cultura do café para a de soja e atividades pecuárias em suas fazendas, Barbacena e Cascata, respectivamente. Nessa oportunidade, considerando os incentivos do Governo Federal à cultura e industrialização de cana-de-açúcar, decide, dentro do Programa de Incentivo ao Álcool (Proálcool), fundar em 1981, junto com os irmãos Cícero e Clovis Junqueira Franco, e em sociedade com agricultores da região, a Destilaria Vale do Ivaí S/A. Anos mais tarde, em decorrência da superprodução de petróleo, os preços de álcool combustível declinaram expressivamente, e, para compensar a perda de fornecedores tradicionais, a destilaria constituiu a subsidiária dedicada ao arrendamento de terras e ao cultivo da cana-de-açúcar, a Ivaicana Agropecuária Ltda.

Em decorrência da crise de abastecimento de álcool em 1989, quando chegou a faltar combustível nas bombas e, logo a seguir, as dificuldades financeiras provocadas pelo congelamento dos depósitos bancários (Plano Collor I), a família Longo assumiu, em 1991, a gestão e o controle da destilaria. Decidiu-se então diversificar e investir na produção de álcool anidro e na fabricação de açúcar, cujas fábricas foram inauguradas em 1992 e 1993, respectivamente. Em pouco tempo a Vale do Ivaí elevou a sua capacidade de moagem das 400 mil toneladas/ano para mais de 1 milhão de toneladas.

Em parceria com outras usinas do Paraná, a Vale do Ivaí inaugurou em 2002 o maior e mais moderno terminal de exportação de açúcar de Paranaguá, a PASA – Paraná Terminal Portuário S/A. Em 2003 a Vale do Ivaí deu continuidade ao processo de profissionalização iniciado anos antes e contratou o primeiro e atual presidente executivo, Paulo Adalberto Zanetti, de fora dos quadros da empresa. Neste ano intensificou o comércio de leveduras na região ao constituir a subsidiária Biovale Comércio de Leveduras Ltda., neste mesmo ano ingressou na CPA Trading S/A – empresa que hoje é responsável por 70/% de toda a comercialização do etanol paranaense, tanto no mercado interno como no mercado externo.

Em 2004, a família Longo em parceria com órgãos governamentais criou a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) – Barbacena, com 555 hectares de florestas naturais preservadas na fazenda Barbacena. Nesse ano, a diretoria da Vale do Ivaí ingressou no quadro acionário da empresa, criou-se um Programa de Incentivo de Longo Prazo (ILP) para a gerência e a diretoria e, constituiu-se o Conselho de Administração com a participação de profissionais independentes.

Em 2005, a Vale do Ivaí, para facilitar a armazenagem e o embarque de álcool, juntamente com outras usinas fundou a Álcool do Paraná Terminal Portuário S/A em Paranaguá e, em Jandaia do Sul, constituiu em parceria com a usina Cooperval, a Ivaí Logística Ltda. E, a partir desse ano, a Vale do Ivaí é a primeira unidade sucroalcoleira do mundo a ter uma planta integrada anexa para a produção de leveduras especiais, a Biotecnologia do Paraná S/A.

Em 2006 foi inaugurado em parceria com o BNDES o Centro de Aprendizagem e Inclusão Social – CAIS, para o atendimento de crianças e adolescentes da comunidade. Em 2007, a Vale do Ivaí expandiu as suas atividades para além do Paraná, ao adquirir as destilaria Fronteira na cidade homônima de Minas Gerais e a Destilaria Cocari localizada em São Miguel de Cambuí no Paraná. O grupo processou nesta safra nas suas unidades 3,0 milhões de toneladas da cana-de-açúcar e projeta alcançar 3,3 milhões em 2009.

A Vale do Ivaí recebeu nos últimos anos prêmios importantes, entre eles, na área sócio-ambiental, o selo do Balanço Social IBASE e o selo de Empresa Amiga da Criança (Abrinq), que vêm sendo concedido anualmente desde 2004.

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