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“Usina só atrai interesse estrangeiro se for rentável”, diz PwC

Niccheri, da PwC: capital estrangeiro tem interesse em investir no Brasil
Niccheri, da PwC: capital estrangeiro tem interesse em investir no Brasil

O interesse de grupos estrangeiros em adquirir empresas do setor sucroenergético independe da escalada recente do dólar, que reduz os valores em reais na conversão pela moeda americana. “Antes de qualquer efeito de câmbio, o setor precisa provar que é rentável”, diz Fábio Niccheri, sócio da PwC.

“É importante saber se a desvalorização do real melhora o resultado das usinas”, afirma o executivo, em entrevista exclusiva ao portal do JornalCana. “Se a desvalorização não render dinheiro, tanto faz se o dólar estiver a R$ 2 ou a R$ 4, porque ninguém compra barato se não houver retorno.”
E como a usina pode ter rentabilidade neste 2015?
Niccheri: “se o preço da gasolina em reais tiver aumento, e puxar o etanol, isso tende a dar resultado para a usina”, diz. “Mas o preço do etanol não está necessariamente vinculado à gasolina, e há o preço do petróleo, que caiu muito no passado recente.”
“Não sei onde essa conta está situada: quanto a Petrobras ganha ou perde com a gasolina diante o petróleo em baixa e o dólar em alta”, emenda.
Outra questão, observa, é que o produtor ganha com a desvalorização do real. “Com isso, muitos vão ampliar as exportações de açúcar, porque há mais ganho em dólar, e isso tende a mostrar aos operadores que o preço em dólar deve cair”, alerta.
Há hoje grupos estrangeiros com interesse em investir no Brasil?
“Sim. No caso do setor sucroenergético, é como assinalei: é preciso provar que é rentável. E há o problema de usinas com dívidas em dólar e, mesmo em dívidas de longo prazo, o impacto negativo é imediato. Mas no geral, o Brasil é país continental, com massa de consumo em elevação desde o Plano Real. Há 20 anos, quem investia no Brasil olhava o futuro. Hoje, olha o futuro e também o presente, mesmo com a confusão do momento na economia.”
“No mundo, não há áreas interessantes de investimento. As multinacionais já estão na China, as americanas estão na Europa e as europeias estão nos EUA, e é preciso haver outras opções de investimentos”, diz. “Se compararmos com o México, que virou recente menina dos olhos, ele é país com economia menor que a nossa. Então, o Brasil desponta como um importante local de investimento.”

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