JornalCana

Usina que tem a Petrobras como sócia registra prejuízo de R$ 118 milhões

petA Bambuí Bioenergia S. A., companhia localizada em Bambuí (MG) e que tem como sócia a Petrobras Biocombustível S. A. (PBio), registrou prejuízo de R$ 118,3 milhões no balanço da safra de cana-de-açúcar 2015/16. Na temporada 14/15, a empresa também apurou prejuízo, mas de R$ 111,3 milhões.

A PBio detém 28,27% de participação acionária da Bambuí.

A outra sócia é a Turdus Participações S. A.

As atividades da companhia estão concentradas em Bambuí, onde são fabricados e comercializados etanol, cana-de-açúcar e derivados, assim como a cogeração e venda de energia elétrica.

Segundo balanço referente ao exercício 15/16, encerrado em 31/03/2016, a Bambuí iniciou processo de extinção de estrutura em Belo Horizonte (MG), que funcionava como base de apoio administrativo.

A Companhia esteve em fase pré-operacional desde 2006, tendo iniciado, em caráter de testes, a produção de etanol em setembro de 2009, entrando em fase operacional em 2010. No fim de 2009 a Petrobras Biocombustível S. A. tornou-se sócia, com o aporte de R$ 150 milhões.

Com essa nova composição societária foi decidida a ampliação da unidade industrial, que se iniciou em 2010 e terminou em 2014, aumentando sua capacidade de moagem de 1,2 milhão de toneladas/safra para 2,5 milhões de toneladas/safra.

A previsão de moagem para a safra 2014/2015 era de 1,6 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, iniciando parcialmente a utilização da segunda etapa da sua nova capacidade instalada.

Segundo informações da Bambuí, condições climáticas severamente adversas, com uma seca nunca vista antes na região (a nascente do Rio São Francisco secou pela primeira vez na história), provocaram uma expressiva quebra de safra, que resultou numa moagem de apenas 1,2 milhão de toneladas.

Esse fato, aliado ao início da amortização da dívida contraída para a ampliação e ao contingenciamento do preço da gasolina, levaram a Companhia de uma previsão de R$ 3 milhões de lucro no exercício de 2015 para um prejuízo de R$ 111 milhões de prejuízo.

Dívida incompatível 

Conforme a empresa, a partir daí, a Bambuí, sem recursos para promover a expansão do canavial de modo a atender a expansão industrial realizada, e tendo que suportar o serviço de uma dívida incompatível com uma moagem praticamente igual a da sua capacidade inicial, tem passado por um período de grande dificuldade financeira e sucessivos prejuízos.

A essa situação, deve ser acrescentada a situação da controladora da PBio, a Petrobras. A PBio não acompanhou proporcionalmente o aporte de R$ 50 milhões pela Turdus em 23 de fevereiro de 2016, tendo aportado R$ 5 milhões em 19 de maio de 2016.

Desta forma, em 23 de maio de 2016, a Petrobras Biocombustível S.A. teve sua participação reduzida para 28,67%, o que fez cair o acordo de acionistas até então vigente. Sua queda estava prevista desde que uma das acionistas ficasse com participação inferior a 35%.

Sem direitos 

Em consequência da queda do acordo de acionistas, a Petrobras Biocombustível S.A. perdeu o direito de indicar o Diretor- Presidente e de indicar um dos dois membros do Conselho de Administração. Com isso, coube à Turdus indicar os três diretores e quatro dos cinco membros do Conselho de Administração.

A crise financeira obrigou a Bambuí, com o apoio da Turdus, a desenvolver esforços junto às principais instituições bancárias credoras, visando à reestruturação da sua dívida, o que foi concluído ainda no exercício de 2015 com os bancos Santander e Mercantil, em maio de 2016 com o Banco do Brasil. Em agosto de 2015, a Caixa Econômica Federal ajuizou ação de cobrança da dívida da Bambuí.

Em junho de 2016, iniciou negociação com a Companhia visando à reestruturação da dívida nos moldes da reestruturação do Banco do Brasil, o que está em curso. As dívidas com os Bancos BMG, Safra e Bradesco vêm sendo pagas normalmente e com os Bancos Mercedes e Banrisul foram totalmente quitadas.

De qualquer forma, a reestruturação da dívida do maior credor (Banco do Brasil) deu à Companhia uma carência de dois anos, período no qual ela deverá procurar uma solução para sua capitalização, de modo a permitir executar a expansão do canavial com o plantio de mais 10.000 hectares para atender à sua plena capacidade de moagem e uma geração de caixa compatível com a reestruturação da sua dívida.

Dentro dessa nova realidade, a Companhia está promovendo uma reestruturação administrativa e operacional, visando à redução dos custos e o aumento da eficiência.

Paralelamente, informa a empresa, todos os recursos livres proporcionados pela geração de caixa tem sido e serão aplicados na reforma e nos tratos dos canaviais existentes, visando manter ou melhorar sua produtividade.

Estas demonstrações financeiras, emenda, foram preparadas no pressuposto da continuidade, que contempla a realização dos ativos e liquidação dos passivos no seu vencimento, no curso normal dos negócios e em futuro próximo.

Com a situação, a Bambuí acumula prejuízo de R$ 270,522 milhões e capital circulante líquido negativo de R$ 321,7 milhões.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram