Usina prepara área, e MST invade
Um grupo de 120 pessoas ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu na manhã de ontem uma área de cerca de 60 hectares da fazenda Santa Clara, em Serrana (315 km ao norte de SP).
Os sem-terra ocuparam a área para evitar que a usina Nova União iniciasse o plantio da cana-de-açúcar, marcado para ontem. “Nós aramos a terra, adubamos e iríamos iniciar o plantio hoje, mas eles chegaram na frente”, afirmou o chefe da segurança da usina, Alexandre André de Mendonça.
O grupo que invadiu a área é formado por 40 pessoas do acampamento Sepé Tiaraju, que fica dentro da fazenda Santa Clara, em Serrana, e mais 80 pessoas do acampamento Mário Lago, em Ribeirão Preto.
Para evitar o plantio da cana, os sem-terra plantaram ontem milho, abóbora e quiabo no local. Segundo as lideranças do grupo, os trabalhadores rurais lutam por terra desde 2000.
Compra da área
“O governador [Geraldo Alckmin, PSDB] diz que o problema da Santa Clara está resolvido. Nós, que moramos aqui, sabemos que não”, afirmou o líder dos sem-terra, Carlos Alberto Alves, 43. A área da fazenda Santa Clara, de cerca de 797 hectares, pertence ao governo do Estado e foi considerada de interesse para assentamentos pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
O instituto informou ontem que os R$ 5 milhões necessários para aquisição da fazenda já estão disponíveis e aguardam somente o fornecimento do número da conta bancária para o pagamento.
