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Usina dos Bumlai tem falência decretada

A Usina São Fernando, da família do empresário José Carlos Bumlai – que aguarda em liberdade julgamento em segunda instância após ter sido condenado no âmbito da Operação Lava-Jato -, teve a falência decretada ontem pelo juiz Jonas Hass Silva Júnior, da 5ª Vara Cível de Dourados.

Porém, os sócios Maurício de Barros Bumlai e Guilherme de Barros Costa Marques Bumlai, filhos de José Carlos, devem entrar com recurso, de acordo com uma fonte próxima da empresa. O recurso indica que os sócios não concordam com a decisão do juiz, o que pode ter implicações durante o processo. Procurados, os sócios preferiram não se manifestar.

A usina, situada em Dourados (MS), estava em recuperação judicial desde 2013 e vinha descumprindo o primeiro plano de recuperação judicial, o que a levou a pedir a discussão de um novo plano. De acordo com os autos do processo, a usina não vinha realizando nenhum pagamento aos bancos há mais de dois anos nem registrou lucro um mês sequer nos últimos 30 meses.

Neste ano, foi instaurada a assembleia geral de credores, mas o plano apresentado foi rejeitado na última assembleia, em 1º de junho. O plano só não obteve a aprovação necessária dos credores com garantia real – BNDES, Banco do Brasil e BNP Paribas.

Em seguida, o Ministério Público se manifestou a favor da homologação da assembleia e contra a proposta apresentada pelos administradores da usina de alteração do novo plano.

Com a decisão do juiz, que acatou a manifestação do Ministério Público, os empresários Maurício e Guilherme Bumlai são afastados da direção da usina. A empresa passa a ser administrada pela atual administradora judicial, a Vinícius Coutinho Consultoria e Perícia (VC Perícia).

Para Pedro Coutinho, advogado da administradora judicial, os sócios da companhia, que vinham sendo assessorados pela EXM Partners, tiveram tempo suficiente para elaborar o plano de recuperação judicial junto aos credores. Coutinho não acredita, porém, que a Operação Lava-Jato, que implicou o pai dos sócios, tenha influenciado o resultado da assembleia. “O único ponto de ligação que vejo da Lava-Jato com o processo é que, com a operação, os filhos [de José Carlos Bumlai] deram menos prioridade para a gestão”, afirmou.

Segundo uma fonte a par das negociações do plano de recuperação, a operação não influenciou diretamente, mas pelo fato do envolvimento de Bumlai ser “emblemático”, qualquer decisão dos bancos credores teria algum tipo de repercussão.

As execuções existentes contra a companhia serão suspensas e os contratos mantidos pela usina serão encerrados. O juiz decidiu, porém, que as atividades serão mantidas temporariamente, já que há cana a ser colhida em breve e equipamentos industriais que não podem parar neste momento. Desta forma, os trabalhadores que estão atualmente contratados continuam no quadro de funcionários, e só serão afastados os pertencentes ao quadro de direção. Atualmente, há 1.306 funcionários na usina.

Fonte: Valor

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