JornalCana

Usina do Paraná vai lançar cachaça para mulheres

Uma usina instalada na fazenda Santa Maria, localizada às margens da PR-439, no município de Ribeirão do Pinhal, no Norte Pioneiro, está produzindo três milhões de litros de cachaça por ano, visando aos mercados interno e externo. Uma novidade é que a empresa rural visa também o público consumidor feminino, com um produto bi-destilado, mais suave, além das bebidas tipo ice e de drinques misturados com frutas e prontos para beber e vendidos em latas.

Por enquanto, toda a produção está sendo estocada em tonéis, à espera da definição do nome comercial: o primeiro foi recusado por já estar registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. A engarrafadora está sendo instalada no município vizinho de Santo Antônio da Platina e vai criar 20 empregos diretos. Na fazenda, há 120 trabalhadores.

A propriedade pertence aos irmãos Santinho e Franklin Furtado e quem está à frente da administração são Mônica e Alessandra Furtado, respectivamente sobrinhas e filhas dos donos.

Com 300 alqueires, a Santa Maria mantém uma lavoura de cana-de-açúcar específica para a cachaça, cujas variedades são conhecidas por números. O ciclo de vida produtiva da cana é de cinco anos, por isso a fazenda possui várias lavouras com plantios alternados em anos. O mês de outubro é o pico da produção com três turnos trabalhando 24 horas por dia.

O processo industrial começa ainda na lavoura, com a limpeza prévia. Em seguida, levada à usina, a cana é lavada com casca, sem nenhum ingrediente químico. Movidas a lenha (do próprio bagaço), as moendas picam a cana, que é filtrada três vezes. O produto, chamado garapa, é enviado para fermentação. Nos tanques de destilar, em 24 horas já se tem um produto pronto para consumo como a chamada cachaça branca, cujo índice de acidez é alto e o gosto e sabor são fortes. Colocada em tonéis, a bebida passa depois para barris de madeira variada, como carvalho, grápia e jequitibá. A empresária rural conta estar viabilizando uma parceria com a Universidade Estadual de Londrina, que efetua análises técnicas do produto em todas as suas fases.

“Temos estudos e fazemos a cachaça bi-destilada, com sabor ameno, que não deixa o hálito ruim nem o gosto acentuado na língua e é exatamente essa que iremos exportar para as mulheres da Europa e Estados Unidos”, afirma Mônica, que está tentando viabilizar a exportação com o nome de cachaça, pois atualmente esse tipo de bebida é reconhecido como rum. O maior consumidor é a Alemanha, por causa da caipirinha. Os alemães beberam três milhões e cem mil litros de cachaça em 2002.

Ela diz que o Brasil produz 1 bilhão e 300 milhões de litros por ano e apenas cerca de 1% é exportado. São 30 mil produtores e mais de cinco mil marcas. Acredita que até o final deste ano, o projeto de exportação estará viabilizado. Em alguns municípios do Norte Pioneiro, como Siqueira Campos e Carlópolis, a cachaça, produzida de maneira artesanal, já é exportada para alguns países europeus por meio de uma associação de pequenos produtores. A diferença da cachaça para a pinga, de acordo com Mônica é que a primeira é feita só com a cana e a segunda pode ser de cereais e outras frutas.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram