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Usina de Lins recruta calouros para dar a largada

Carlos Eduardo Toledo e Marcio Araújo, dois dos 923 funcionários da recém-inaugurada Usina Lins, são novatos na indústria do etanol. Fazem parte da legião de trabalhadores recrutados pelo setor nos últimos anos. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo mostra que, das 39 mil vagas criadas entre janeiro e fevereiro deste ano na indústria paulista, 30 mil foram para as usinas de açúcar e álcool.

Araújo, que trocou uma lavoura de tomate pela colheitadeira de cana, não esconde o entusiasmo. A falta de mão-de-obra especializada, um drama para o setor, foi o que garantiu a Araújo a chance tão esperada. Ele acompanhou parte da safra passada trabalhando na colheita mecanizada em Batatais, onde fica a usina matriz do grupo. Aprendeu rápido. Na quinta-feira, iniciou o corte da cana.

Jeitoso com o equipamento, ele nem sequer entrou com a bota na cabine climatizada. Preferiu pisar nos comandos da máquina de R$ 800 mil com uma meia soquete azul bem surrada. É para não sujar aqui dentro.

O ex-tomateiro vai percorrer, com os colegas, os 15 mil hectares da lavoura de cana. O investimento da Usina Lins, que terá capacidade inicial para moer 1,2 milhão de toneladas e produzir 120 milhões de litros de álcool, foi de R$ 200 milhões.

Carlos Eduardo Toledo terá de controlar os dados da área agrícola. Ele também nunca tinha pisado numa usina de açúcar e álcool, mas aprendeu tudo o que precisa nos últimos meses. Será dele a missão de jogar nos computadores da empresa todos os dados apontados nas fichas lá no campo. Toledo trabalhava num hotel de Lins, na controladoria. Deixou de controlar hóspedes para controlar canaviais.

Terei mais chances aqui, acredita. Uma delas, a de estudar. Ele quer voltar ao curso de administração ainda este ano. Toledo e Araújo não são exceções. Segundo Alex de Sousa Pupin, supervisor administrativo da Usina Lins, grande parte dos 923 funcionários contratados para a nova unidade teve de ser treinada na matriz, em Batatais.

O nosso problema com o recrutamento de mão-de-obra não foi maior porque iniciamos as contratações muito tempo antes. Isso significou custo adicional, mas nos deu condições de iniciar a produção a partir de agora, numa condição boa, explica Pupin.

Lins faz parte de uma área pecuarista do Estado. Está entre as regiões de Bauru e Araçatuba, às margens da Rodovia Marechal Rondon. Segundo Plínio Nastari, da Datagro, boa parte do crescimento das áreas de cana-de-açúcar em São Paulo se deu sobre pastos.

No Estado de São Paulo, os canaviais cobrem 3,6 milhões de hectares. Mesmo assim, as áreas de pastagem são predominantes. Ocupam 10,2 milhões de hectares. Com a nova usina, a cidade de Lins não deixou de ser pecuarista. Ganhou apenas um novo negócio.

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