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Usina de etanol começa operar em Mato Grosso

No próximo dia 18, o grupo ETH Bionenergia inaugura sua primeira unidade em Mato Grosso, no município de Alto Taquari, a 479 quilômetros da Capital. A usina vai integrar um complexo industrial que envolve 4 unidades localizadas nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A produção anual não foi antecipada pelo grupo, mas nenhuma de suas 9 plantas processam menos do que 3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar/ano, e em apenas duas unidades parte disso é voltado para a produção de açúcar.

No Estado o processamento será integralmente voltado para a produção de etanol e 1,5 mil trabalhadores locais foram capacitados para prestar serviços diretamente na usina. Além disso, a ETH também incentivou a região com estímulo e formação de mão-de-obra para as propriedades rurais fornecedoras de cana-de-açúcar. De acordo com representante da equipe de Comunicação do grupo ETH, Guilherme Oliveira, a empresa visa o fomento da região onde se instala e por isso prefere comprar a produção do que adquirir terras. Além disso, a ETH também não considera viável investir na plantação. “Não é rentável investir na aquisição de terras, nem teria como. Não há como chegar em um local e comprar todas as propriedades. Antes de nos instalarmos, trabalhamos um ano antes para capacitar de acordo com nossa tecnologia”.

Para o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras (Sindalcool), Jorge dos Santos, a chegada da indústria pode somar à produção já que mercado não é problema. “Talvez não seja viável para eles distribuir para Cuiabá e a região Norte devido aos custos com logística. Porém, há mercado para todos, sem problemas de superprodução”. Apesar não divulgar possíveis clientes, a ETH anunciou que em todos os Estados onde atuam, 4 no total, a produção também abastece o mercado local.

Mas para expandir a gama de clientes, Guilherme Oliveira diz que o grupo considera imprescindível a construção do alcoolduto, um projeto de transporte de combustível que ligaria Mato Grosso a São Paulo.

Consumo Crescente – O representante da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) Sérgio Prado, anunciou que atualmente a entressafra não é mais o único fator de influência na formação do preço do etanol. De acordo com ele, a demanda de mercado se tornou o principal construtor de preços. Em Mato Grosso a realidade não é diferente, afirma Jorge dos Santos. “Hoje a usinas estão mais capitalizadas e não precisam comercializar tão barato para cumprir compromissos”, diz ao comentar que o crescimento da frota flex também viabiliza este aumento de demanda. Para Guilherme Oliveira a concorrência é livre, principalmente entre gasolina e etanol, o que forma os valores de praça.

Gazeta Digital

Autor: Laís Costa Marques

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