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Usina de biodiesel será lançada em Hortolândia

Perugini vai participar da cerimônia de inauguração da usina, que ocorre amanhã

O óleo vegetal, utilizado para fazer frituras, geralmente jogado na rede de esgoto, ganhará um novo destino em Hortolândia. A partir de amanhã entra em operação a primeira usina de biodiesel da cidade, uma parceria da prefeitura com cooperativas de reciclagem de lixo. A atividade vai dobrar a renda mensal de 25 mulheres que coletarão o resto de óleo nas residências para ser transformado em biodiesel. A prefeitura realiza uma campanha de educação ambiental para estimular a população a doar o óleo às cooperativas. O prefeito ngelo Perugini (PT) participa da cerimônia de inauguração da usina, que ocorre às 14h, na Cooperativa Unidos para Vencer, localizada na Rua Olegário Bueno Silva, 251, Remanso Campineiro.

Inicialmente, a usina produzirá 50 mil litros de biodiesel por mês e dez mil litros de glicerina. A meta é reaproveitar 100 mil litros de óleo por mês. O biodiesel é aclamado como ecologicamente correto porque não polui como o óleo diesel de petróleo, é renovável, gera emprego e produz renda. “Hortolândia dá um passo importante na preservação do meio ambiente. Toda a população poderá contribuir doando o resto do óleo de fritura às cooperativas. Com isso, as pessoas vão evitar o impacto ambiental ao fazer o descarte incorreto do óleo e gerar renda para famílias que precisam”, afirma o secretário de Cidadania, Trabalho e Promoção Social, Raimundo Francisco da Silva.

O biodiesel que será produzido em Hortolândia já tem mercado garantido: vai abastecer a frota de uma empresa de transporte e de uma prestadora de serviço de coleta de lixo. É só uma fatia do mercado do biodiesel que pode ser utilizado por diversos tipos de empresas. “Termoelétricas, empresas de transporte, de terraplenagem e até a Petrobras compram o biodiesel, um combustível renovável, ecologicamente correto”, afirma o empreendedor ambiental Marcos Roberto Valêncio. Estudante de Economia da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) e morador de Hortolândia, ele desenvolveu o projeto Biodiesel junto com o colega Adriano Godoy Luiz, estudante do 4º ano de Administração da Faculdade Hoyler.

Mas, o lucro maior com a reciclagem do óleo de soja é ambiental. Estima-se que para cada litro de óleo jogado na pia é contaminado um milhão de litros d’água quando o produto chega aos rios. Isso significa que ao atingir a meta de coletar 100 mil litros de óleo de cozinha em Hortolândia, serão protegidos 100 trilhões de litros d‘água. Quando descartado no solo, o óleo causa impermeabilidade da área que resulta em enchentes em períodos de chuva.

A coleta será realizada em todas as regiões da cidade. Em dias pré-estabelecidos, agentes ambientais das cooperativas passarão para recolher o produto armazenado pela população. Além das residências, serão instalados pontos de coleta em escolas, empresas e restaurantes.

Na campanha de educação ambiental realizada pela prefeitura, os moradores serão informados como separar o óleo, dia de coleta e da importância da ação para o meio ambiente. Serão instalados outdoors nos principais pontos da cidade e distribuídos 50 mil panfletos explicativos nas residências. Também serão realizados palestras, apresentação de vídeos, seminários, gincanas e peças de teatro para difundir a preservação ambiental em escolas, empresas e comunidade em geral.

De acordo com o secretário de Planejamento Urbano e Desenvolvimento, Dimas Correa Pádua, que articulou a implantação do projeto Biodiesel, a prefeitura vai buscar parcerias junto a empresas, restaurantes e lanchonetes para ampliar os postos de coleta. Também fará um trabalho junto aos empresários para incentivar a compra do combustível alternativo. “A própria prefeitura pode utilizar o biodiesel na frota municipal”, afirma Pádua.

AMPLIAÇÃO DE RENDA

A cooperada Luciana Maurício Cavalcante, da CooperUni (Cooperativa Unidos para Vencer), está otimista com a possibilidade de ampliar seus rendimentos. “Ganho R$ 280 mensais com coleta de materiais recicláveis. Com a coleta do óleo vou dobrar meu ganho, então vai melhorar muito. Vou poder dar uma vida melhor para os meus filhos e pagar algumas contas atrasadas”, diz a moradora do Jardim Santa Fé, que há um ano e sete meses está na cooperativa.

Por enquanto, duas cooperativas participam do projeto Biodiesel, a CooperUni (Cooperativa Unidos para Vencer), localizada no bairro Remanso Campineiro, e a Cooperativa Águia de Ouro, no Jardim Rosolen. De acordo com o biólogo Leonardo De Grazio, coordenador do programa na Secretaria de Cidadania, Trabalho e Promoção Social, as duas cooperativas têm 25 cooperadas. Elas coletam, mensalmente, 20 toneladas de lixo reciclável.

A coleta de garrafas pet, vidros, caixa de leite, plástico, equipamentos eletrônicos e papel garante às cooperadas uma renda média mensal de R$ 250. Valor que saltará para pelo menos R$ 500 por mês com a coleta de óleo de cozinha que será transformado em biodiesel. “Esse projeto é importante porque protege o meio ambiente e gera renda”, valoriza De Grazio.

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