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Usina da Infinity está na mira de Bertin, Bunge e Noble

A recuperação das usinas nesta safra com a alta do açúcar e o aumento recente dos preços do álcool já resultam em um forte movimento de retomada das operações das empresas do setor. Além da intensificação da compra e venda de usinas, as empresas estão apostando em parcerias para novos projetos e desenvolvimento de tecnologia.

A próxima negociação do setor deverá ser a venda de umas das usinas do grupo Infinity Bio-Energy Brasil Participações S.A., controladora de cinco unidades sucroalcooleiras no País. A unidade que está sendo negociada junto a outras três companhias é a Usina Naviraí (Usinavi), localizada no Mato Grosso do Sul. A Bunge, o Noble Group e o Bertin são apontadas como possíveis compradoras e um acordo deve sair até o final de 2009. Com capacidade de moagem de 3,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a Usinavi é a maior planta industrial d! a Infinity no País.

A possível venda da Usinavi está prevista no plano de recuperação judicial da Infinity e seria uma forma de a companhia reduzir seu passivo declarado de R$ 981,3 milhões. Em um laudo incluso no plano de recuperação judicial, a unidade produtora, máquinas e equipamentos foram avaliados em R$ 177,3 milhões. O plano deve ser votado, de acordo com a empresa, na segunda semana de novembro, em uma assembleia de credores prevista para ocorrer em São Paulo.

Na mesma região da Usinavi, a ETH Bioenergia inaugurou ontem a unidade Santa Luzia, localizada no Município de Nova Alvorada do Sul. A unidade tem capacidade de moagem inicial de 3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra e será a maior usina de etanol e energia elétrica instalada no Mato Grosso do Sul.

Com os preços do açúcar e álcool em alta, as empresas sucroalcooleiras voltam a apresentar liquidez após dois anos de crise para o! setor. Com a perspectiva de demanda crescente para os dois produtos as empresas sinalizam a retomada de projetos e novos investimentos. “Até 2012, a previsão é investir cerca de R$ 400 milhões para elevar a capacidade instalada de moagem da usina para 6 milhões de toneladas por safra”, afirma José Carlos Grubisich, presidente da ETH, sobre a usina que acaba de ser inaugurada pela empresa.

Além da Unidade Santa Luzia, a ETH conta com mais dois projetos greenfields de igual capacidade instalada de moagem: a unidade Rio Claro, localizada em Goiás, que iniciou as operações em agosto deste ano, e a unidade Conquista do Pontal, construída em São Paulo, que será inaugurada em outubro. A primeira fase das três unidades contou com investimento de R$ 1,5 bilhão.

A ETH opera ainda a unidade Alcídia, também localizada em São Paulo e deve iniciar a safra 2010/2011 com capacidade instalada de moagem de 13,2 milhões de toneladas de cana por safra. Até 2012, as outras usinas passarão! por novos ciclos de investimentos. Nesse contexto, o investimento total em cada greenfield será de R$ 900 milhões e a capacidade total instalada de moagem das cinco unidades da ETH atingirá 28 milhões de toneladas de cana por safra.

Na última semana, a companhia anunciou que irá fazer uma combinação de seus ativos com a Brenco e a assinatura de um contrato para o fornecimento, por três anos, de 150 milhões de litros de etanol com a Braskem. A Braskem, por sua vez, anunciou um acordo com a Johnson & Johnson para a venda do polietileno verde produzido pela companhia no Rio Grande do Sul a partir do final do ano que vem.

As novas parcerias foram anunciadas no momento em que os preços do etanol estão subindo de forma acelerada, preocupando até mesmo o governo. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou ontem que o governo tem mecanismos para intervir no mercado, caso os preços do álcool continuem em níveis elevados. O preço do álcool disparou nos postos brasileiros, subindo 8,74% em um mês, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Uma das medidas sugeridas seria a redução de financiamento para formação de estoques. A segunda alternativa seria a redução da mistura do álcool à gasolina. “Essa mistura já esteve em 23% e passou para 25%. Podemos diminuir”, comentou o ministro.

Outra pendência no âmbito governamental aguardada pelas empresas do setor é a criação do marco regulatório defendido ontem por Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), na Câmara Federal, além de uma política tributária mais favorável para reduzir as incertezas quanto participação do etanol na futura matriz de combustíveis.

A recuperação das usinas nesta safra, com a alta do açúcar e o aumento recente dos preços do álcool, já resulta em um forte movimento de retomada das operações das empresas do setor. Além da intensificação da compra e venda de usinas, as empresas estão apostando em parceri! as para novos projetos e desenvolvimento de tecnologia. A próxima negociação deverá ser a venda de uma das usinas do grupo Infinity, controladora de cinco unidades sucroalcooleiras no País. A unidade que está sendo negociada é a Usina Naviraí (Usinavi), do Mato Grosso do Sul. Bunge, Noble Group e Bertin são apontados como possíveis compradores. Um acordo deve sair este ano.

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