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Usina Coruripe capta R$ 100 milhões com “debêntures incentivadas”

Operação é a primeira realizada pela empresa com base na Lei 12.431/11, que criou as debêntures de infraestrutura

Usina Coruripe capta R$ 100 milhões com “debêntures incentivadas”

A Usina Coruripe  fez sua terceira transação no mercado de capitais. A companhia captou, na última sexta-feira (19 de março), R$ 100 milhões com a emissão de uma dívida no mercado de capitais utilizando a Lei 12.431/11, que estabeleceu as debêntures de infraestrutura, conhecidas como “debêntures incentivadas”.

A empresa teve o apoio do banco BOCOM BBM, que atuou na estruturação da operação e na distribuição do papel, alcançando o teto da proposta de captação.

A transação, que é de longo prazo com duração de seis anos e três anos de carência, foi bem aceita e tem como garantias contratos de açúcar, etanol e energia “a performar”. O diretor-financeiro da Usina Coruripe, Thierry Soret, explica que, para financiar os crescentes investimentos realizados nos canaviais, a companhia submeteu o projeto ao Ministério de Minas e Energia no segundo semestre de 2021. A iniciativa foi aprovada sem ressalvas, em dezembro, o que possibilitou a formatação oficial da operação a partir de então.

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Soret ressalta que essa primeira operação de debêntures de infraestrutura representa “mais um passo da empresa no sentido de se consolidar como um dos emissores mais regulares de dívida no mercado de capitais brasileiro dentro do setor sucroenergético”. A companhia já emitiu Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) em quatro operações, sendo que três delas já foram liquidadas. Ao todo, as quatro emissões somam mais de R$ 1,2 bilhão.

Thierry Soret

No início da safra corrente (maio de 2021), a Coruripe também emitiu R$ 23 milhões em outro tipo de operação, lastreada em Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA).

“Esses títulos foram negociados diretamente na B3 pela primeira vez em nossa história”, comenta o presidente da Usina Coruripe, Mario Lorencatto. Ele afirma que o bom desempenho nas constantes operações de crédito se deve ao reconhecimento dos investidores sobre os valores da empresa e à evolução da eficiência operacional nos últimos anos.

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Mario Lorencatto

Em fevereiro deste ano, a companhia fez a sua estreia no mercado de capitais internacional quando concluiu a emissão de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,59 bilhão) em títulos de renda fixa no exterior (bonds), com juros de 10% ao ano. A transação representou uma evolução na estrutura de liquidez, a partir do alongamento de parte da dívida atual para um período de cinco anos.

De acordo com Thierry Soret, novas transações não estão previstas para este ano, mas para 2023 sim. “A empresa segue investindo em melhorias operacionais e em técnicas avançadas de cultivo, irrigação e manejo, além de priorizar os altos níveis de eficiência nas plantas industriais e essas operações nos ajudam neste sentido”, conclui o diretor.