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Usina Albertina retoma operação

A juíza Rebeca Mendes Batista Mazzo, da 1ª Vara Cível de Sertãozinho, homologou o plano de recuperação judicial da Usina Albertina, aprovado pelos credores no último dia 14, e a companhia sucroalcooleira já iniciou a convocação dos funcionários para o retorno às atividades. A usina, que foi a primeira companhia sucroalcooleira a pedir recuperação judicial após a crise, em novembro de 2008, deve iniciar a moagem da safra 2009/2010 até meados de junho.

A Albertina divulgou nota na qual informa ter convocado “os funcionários administrativos, da área industrial, motoristas e tratoristas para o trabalho a partir de hoje”. Segundo a companhia, o salário de maio será efetuado até o dia 29 e a partir de junho será regularizado o recebimento. Também a partir de hoje todos os funcioná rios voltam a ter plano de saúde, extensivo aos dependentes, sem carência.

Pelo plano de recuperação judicial, os credores com garantia real liberarão 400 mil sacas de açúcar, avaliadas em R$ 16 milhões, que serão vendidas. O valor arrecadado com a venda do produto será utilizado para fazer a usina voltar a operar, para o pagamento de cerca de R$ 3 milhões em salários atrasados dos 860 funcionários e ainda dos credores de dívidas trabalhistas estimadas em R$ 1,37 milhão, em cinco parcelas, de julho a novembro.

O pagamento dos mais de 600 credores sem garantia real, cuja dívida é estimada em R$ 68 milhões, será feito por meio do abatimento inicial de até R$ 20 mil em parcelas mensais até novembro.

A companhia espera saldar a dívida da maior parte dos credores. Para os fornecedores de cana, o valor da dívida que superar R$ 20 mil será quitado em 24 parcelas mensais a partir de novembro.

garantias. Já os credores com garantias reais, cuja dívida total cheg a a R$ 110 milhões, e que irão financiar a recuperação da Albertina, terão duas saídas: converter o valor de seus créditos em ações da companhia, assumindo assim a empresa, ou esperar por um primeiro leilão da Albertina, previsto para ocorrer daqui a um ano e meio, ou em um segundo leilão, seis meses depois deste período, caso o preço mínimo do primeiro leilão não seja atingido.

O leilão será exclusivamente da chamada Unidade Produtiva Isolada (UPI), que inclui apenas ativos industriais e agrícolas, excluindo passivos fiscais e judiciais, estimados em até R$ 120 milhões, bem como de créditos judiciais previstos. Os credores com garantias reais são seis: HSH Nordbank, o fundo Callao/Crecera, a trading Multigrain, a Cooperativa Agrícola Mista de Adamantina, a União e o Bradesco.

Além dos credores com garantias reais, outros credores quirografários também poderão participar da aquisição de ações ou serem beneficiados de créditos dos leilões caso não tenham a dívida quitad a à época das operações futuras. Entre esses credores devem estar os que tenham dívidas acima de R$ 20 mil que não forem quitadas.

Os gestores e diretores da usina preveem moer 1,09 milhão de toneladas de cana-de-açúcar e transformar 80% da matéria-prima em açúcar e 20% em álcool. Todo o produto será comercializado o mais rápido possível e o valor arrecadado, excluindo o custo operacional e pagamento de trabalhadores, será utilizado para o pagamento dos credores. Os 860 funcionários da usina voltarão ao trabalho e outros 740 devem ser contratados para a safra, num total de 1,6 mil trabalhadores.

Além dos cerca de R$ 180 milhões de dívida com os credores incluídos no processo de recuperação judicial, a Usina Albertina deve em torno de R$ 60 milhões a outros credores. Eles alegam não estar enquadrados na lei de recuperação judicial e discutem na justiça o recebimento das dívidas em processos paralelos. Mesmo assim, o plano de recuperação da usina também prevê o pagame nto desses credores, ou seja, uma dívida total estimada em R$ 240 milhões.

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