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US$ 1,5 bi à espera no Oriente

Em uma viagem com real chance de benefícios para o comércio e os investimentos no País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assistir em Seul e em Tóquio, na próxima semana, à assinatura de contratos entre empresas brasileiras e locais da ordem de US$ 1,5 bilhão. O cálculo do Itamaraty envolve apenas os seis projetos já engatilhados nas áreas de energia e infra-estrutura.

A visita oficial à Coréia do Sul, nos dias 24 e 25 de maio, e ao Japão, de 26 a 28, envolverá ainda seis eventos econômico-comerciais, dos quais pelo menos quatro terão a participação do presidente Lula. Na primeira escala, em Seul, a delegação incluirá 190 empresários. No Japão, alcançará 242.

De acordo com o embaixador Mario Vilalva, diretor do Departamento de Promoção Comercial do Itamaraty, o principal objetivo desse roteiro será “mudar o paradigma do comércio” entre o Brasil e os dois parceiros do Oriente. A rigor, a expectativa é alterar a lógica da exportação brasileira de matérias-primas para o Japão e para a Coréia por meio do estímulo aos investimentos diretos e à formação de joint ventures orientadas para os embarques de produtos com maior valor agregado.

Nos cálculos do Itamaraty, o Brasil recebe atualmente US$ 0,10 por quilo de mercadoria exportada para ao mercado japonês.

O Japão tem um ingresso de US$ 3,80 por quilo embarcado ao mercado brasileiro. Para Vilalva, trata-se de um caso típico de “comércio Norte-Sul”, reforçado pela perda de relevância das exportações brasileiras nesse mercado nos últimos 15 anos. Por conta desse cenário, o foco das rodadas de negócios estará nos setores de alimentos processados, de tecnologia da informação e de etanol.

AS DIFICULDADES

Paralelamente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Keidanren avaliarão conjuntamente a possibilidade de o Japão e o Mercosul negociarem um acordo de livre comércio no futuro. O assunto, ressaltou Vilalva, não está em discussão pelos dois governos. Segundo o embaixador Edmundo Fujita, diretor do Departamento de Ásia e Oceania do Itamaraty, sem entendimento sobre a abertura do mercado agrícola japonês – um dos mais protegidos do mundo –, esse projeto será apenas uma hipótese.

Na Coréia, o dilema a ser contornado é a atuação comedida dos exportadores brasileiros, explicou Ingo Ploger, diretor da Unidade de Investimentos da Agência de Promoção das Exportações (Apex). Segundo ele, o governo pretende reforçar a imagem do Brasil como produtor de itens mais elaborados – aviões, automóveis, autopeças e software – e como potencial fornecedor de biocombustível. As rodadas de negócios igualmente estarão direcionadas para o comércio de alimentos e de tecnologia da informação.

O presidente Lula e os ministros da área econômica deverão atuar diretamente em cafés da manhã em Tóquio e em Seul com presidentes de grandes corporações. Também participarão do seminário ‘Brasil & Parceiros: Oportunidades de Investimentos’, organizado em ambas as capitais, e que repetirá a fórmula adotada pelo governo em janeiro do ano passado em Genebra, em junho de 2004 em Nova York, e em janeiro deste ano em Davos.

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