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Unica critica falta de investimento em pesquisa no setor

O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, criticou nesta sexta-feira, 18, os baixos investimentos brasileiros na área de pesquisa do setor sucroalcooleiro. “O que se investe é uma ninharia, brincadeira de criança, perto do que é necessário, e do risco que temos à frente para manter a liderança no segmento”, comentou ele, ao participar de debate em Ribeirão Preto (SP).

Pereira de Carvalho acrescentou que mudar essa situação requer esforços conjuntos do setor público e privado. “Vivemos uma euforia, mas cabe alertar que nem tudo são flores no caminho”. “O setor não pode se acomodar, até porque os Estados Unidos, que também produzem etanol, além dos altos investimento em pesquisa, têm um fantástica capacidade científica”, salientou.

Ele lamentou, ainda, o fato de os produtores não poderem dispor de variedades geneticamente modificadas para garantir vantagens competitivas. “A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou nesta semana uma variedade de milho transgênica e esperamos que cultivares de cana também possam ser liberadas”.

“Mas sou cético porque não vejo empenho dos governantes para fazer isso acontecer (liberação dos transgênicos)”, disse. “Há muito discurso demagógico de quem é contra o progresso.” Segundo ele, o Brasil produz entre 80 e 90 toneladas de cana por hectare com a cana convencional. A produtividade poderia atingir até 200 toneladas por hectares com as novas variedades transgênicas.

Pereira Carvalho destacou que a cana-de-açúcar tem sustentabilidade ambiental e social. Segundo ele, a sustentabilidade ambiental não faria sentido se a cana não tivesse sustentabilidade econômica. “Somos competitivos como ninguém no mundo e é isso que provoca tantas tarifas e barreiras. Não podemos nos acomodar.”

Ele ressaltou ainda a responsabilidade social das usinas, que estariam cumprindo a rigor as legislações atuais. “Não são pequenos exemplos contrários a isso que trarão nódoa à evolução social que o setor tem promovido”, disse ele, referindo-se às notícias sobre as más condições de trabalho nos canaviais.

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