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Unica contesta metodologia do MMA para medir emissões

Apesar de aprovar a iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de estabelecer índices de avaliação de emissões de veículos automotores, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) contesta a metodologia utilizada, que, segundo a entidade, confunde os consumidores por ser incompleto e conter erros.

Os dados divulgados esta semana pelo MMA sugerem que o etanol combustível pode poluir tanto quanto a gasolina. O cálculo foi feito com base na Nota Verde do Ibama, que informa, para veículos fabricados em 2008, as medições da emissão de três gases poluentes – o monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio.

No entanto, o gás carbônico (CO2), um dos principais causadores do efeito estufa, ficou de fora da avaliação. Vale lembrar que o etanol, por ser renovável, tem suas emissões neutralizadas pela absorção de gases feita pelas folhas da cana-de-açúcar no cultivo da planta.

“Fossem os dados compilados de forma completa, incluindo-se dados de gás carbônico (CO2), óxidos de enxofre (SO2) e partículas, o ranking produzido pelo Ibama apresentaria resultados muito diferentes, particularmente no tocante a carros utilizando o etanol”, afirma o presidente da Unica, Marcos Jank.

Para a Unica o conjunto de erros e omissões na elaboração da metodologia afeta negativamente o resultado do trabalho do Ministério. “É decepcionante constatar que quando finalmente surge um indicador, que é o que desejamos, as emissões de CO2 ficam de fora, ignorando a existência de grandes esforços mundiais para desenvolver e adotar os chamados combustíveis de baixo carbono”, afirmou.

A avaliação do MMA também não considerou a comprovada afirmação da Agência Internacional de Energia, dando conta de que o uso do etanol brasileiro de cana reduz as emissões de CO2 em até 90%, se comparado à gasolina. “A ausência do CO2 também nega o reconhecimento mundial que o Brasil vem recebendo, por ter no etanol uma ótima opção de combustível de baixo carbono, em uso desde os anos 70”.

A Unica, que representa a maioria das usinas produtoras da região Centro-Sul do País, sugere uma revisão imediata da metodologia que levou aos resultados divulgados, e já solicitou audiência com o Ministro Carlos Minc para expor de forma detalhada suas preocupações. As usinas associadas à Unica são responsáveis por mais de 50% da produção nacional de cana e 60% da produção de etanol.

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