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Unica avalia oferta de etanol para mudança da mistura da gasolina

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) trabalha atualmente em estudos sobre a oferta nacional de etanol para avaliar a possibilidade de aumento da mistura de álcool anidro na gasolina. Segundo o presidente-executivo interino da entidade, Antonio de Pádua Rodrigues, as negociações com o governo continuam e, até o fim do mês, o Executivo terá em mãos dados para tomar a decisão sobre o aumento da mistura – e para quanto os 20% atuais podem ser elevados.

Um desafio é que a safra atual já está com andamento. Já foram moídos entre 25% e 30% da cana-de-açúcar. Portanto, os produtores (usinas) já planejaram suas produções para a atual mistura de 20%.

Uma decisão do governo sobre o tema, segundo Pádua, seria mais conveniente no início da safra, em abril.

Dessa forma, “é muito difícil chegar aos 25% com produção nacional”, segundo Pádua. “É importante sair com a regra já definida de início de safra.”

Sem concluir o estudo é impossível estimar até quanto a mistura de etanol na gasolina poderia ser elevada apenas com produção nacional. No entanto, seria possível decidir por um aumento da mistura já caso se importe etanol.

De acordo com Pádua, isso poderia ser feito pelos próprios produtores. “Os produtores também estariam dispostos a assumir as importações, mas se isso não for a vontade do governo, não dá”, completou Pádua, que não vê problemas na importação de etanol, já que o Brasil importa gasolina.

Reduzir a importação de gasolina é justamente o principal alívio que o aumento na mistura de etanol no combustível nas bombas geraria para a Petrobras, conforme Luiz Otávio Broad, analista da corretora Ágora.

O aumento das importações de gasolina, a defasagem de preços do combustível pela falta de reajustes e a estagnação da produção de petróleo são os principais fatores a pesar sobre a companhia, na avaliação do especialista.

“É difícil ter outro reajuste este ano. Só se o preço do petróleo ou do dólar subirem muito mais. Mexer com a mistura do etanol é algo mais factível do que um novo aumento”, afirmou Broad, destacando que, mesmo após os reajustes anunciados em 22 de junho, a defasagem dos preços continuou em 7% para a gasolina e 17% para o diesel.

Com os preços dos combustíveis nas refinarias defasados, a Petrobras tem prejuízo na importação, já que compra gasolina cara para vender mais barato no mercado nacional. Não fosse a defasagem, a importação não seria prejudicial, lembrou Broad. Na opinião da Unica, um aumento do etanol na mistura permitiria importar menos gasolina

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