“Somos favoráveis ao debate de ideias e da busca de soluções que garantam a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e influenciem positivamente os hábitos alimentares”, reforçou o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão, durante a segunda de rodada de debates do Diálogo Nacional Brasileiro, evento preparatório para Cúpula de Sistemas Alimentares das Nações Unidas, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores.
Durante o evento, “Incentivando a Produção e o Consumo Saudável e Sustentável dos Alimentos”, Eduardo Leão falou sobre os riscos da vilanização do açúcar. De acordo com o executivo, acessível e fundamental como fonte de energia em todo mundo, particularmente em países em desenvolvimento, o açúcar, quando parte de uma dieta e estilo de vida equilibrados, não representa problema. “Assim como para quaisquer outros produtos, o problema é o excesso e não o produto”, disse Leão.
“Defendemos e apoiamos iniciativas honestas de informação, educação sobre consumo que respeite a liberdade de escolha da sociedade, sem vilanização do produto ou iniciativas punitivas, como aumento de impostos que apenas penalizam as populações mais vulneráveis”, acrescentou o executivo.
Outros pontos destacados pelo executivo da UNICA foram as barreiras comerciais e as distorções do mercado em relação ao açúcar, promovidas em várias partes do mundo. De acordo com Leão, muitos dos principais críticos ao açúcar brasileiro são também grandes consumidores e altamente protetores da sua própria produção.
LEIA MAIS >ANP aprova especificações do diesel verde
“Dois dos quatro maiores consumidores globais, Estados Unidos e Europa, oferecem elevados níveis de subsídios domésticos, associados a volumes de cotas de importação irrisórias, fora das quais cobram tarifas quase proibitivas”, disse.
Durante a apresentação, Leão também afirmou que a produção de cana-de-açúcar no Brasil passou por reformas substanciais na última década para aumentar sua eficiência e sustentabilidade. “Hoje, o setor é mundialmente reconhecido como uma história de sucesso, considerando sua baixa pegada de carbono e as melhores práticas em toda a cadeia de valor. Para mencionar alguns exemplos, reduzimos substancialmente o consumo de água, reaproveitamos a vinhaça e produzimos energia renovável, como o etanol, a bioeletricidade e, atualmente, o biogás”, finalizou.